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IGHB resgata manifestações culturais no VI Congresso de História da Bahia

“Festa e comida na Bahia” é o tema do VI Congresso de História, que acontece de 22 a 24 de setembro, no Bahia Othon Palace. O encontro, que integra as comemorações dos 120 anos de fundação do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, vai reunir estudiosos e pesquisadores de temas sobre festas e comidas típicas da Bahia, bem como de países que tiveram contato com os portugueses, com a proposta de resgatar essas tradicionais manifestações culturais.

Entre os convidados está a pesquisadora goesa Maria de Lourdes Bravo da Costa, que se especializou no estudo de comidas portuguesas que permaneceram na culinária em Goa/Índia, e que têm semelhanças com pratos baianos. Outro convidado é um musicólogo congolês, que realizou pesquisas no Brasil, incluindo a Bahia, colocando a questão sobre as origens do samba, “mito ou realidade?”. De Portugal, trazendo as tradições que foram adotadas na Bahia, e mesmo no Brasil, se poderá contar com duas pesquisadoras, uma de Lisboa e outra de Évora, que programam trabalhos sobre a culinária lusa e os doces conventuais.

Em mesas redondas, estudiosos baianos e de outras capitais brasileiras, tratarão da comida espiritual católica, comida do sertão, de santo, de índio, de turista na Bahia e outros. São oferecidas 150 (cento e cinquenta) vagas para a inscrição de trabalhos relacionados ao tema central, que estão sujeitos à comissão de seleção. Poderão participar historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, estudiosos do patrimônio, arte, dentre outros. Podem se inscrever estudantes e estudiosos sem formação acadêmica, mas com conhecimentos sobre os assuntos abordados.

O formulário de inscrição, com regras de apresentação de trabalhos, está disponível no site www.ighb.org.br. É necessário preencher o formulário e encaminhá-lo através do e-mail [email protected], ou entregar na sede do Instituto Histórico, próximo ao Shopping Center Lapa. Os valores das inscrições variam de R$ 50 a 150 reais, a depender da categoria escolhida. O prazo para envio de trabalhos encerra em 26 de agosto, sendo que as inscrições (sem apresentação de trabalhos) podem ocorrer até 20 de setembro.

História do congresso

O primeiro Congresso de História da Bahia foi realizado em 1949, para comemorar os 400 anos de fundação da Cidade do Salvador. O segundo, em 1952, abordou a chegada do primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha à Soterópolis. Em 1973, o tema da terceira edição foi a celebração dos 150 anos da Independência da Bahia. Só em 1999 teve vez do IV Congresso, comemorando os 450 anos da primeira capital do Brasil. No V Congresso, em 2001, os festejos estiveram voltados para os 500 anos da Baía de Todos os Santos.

Fundado em 13 de maio de 1894, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia é a entidade cultural mais antiga do Estado. Também conhecido como a “Casa da Bahia”, possui a maior coleção de jornais, datados, desde o século XIX até a atualidade, além do maior acervo cartográfico do Estado, o que permite a sociedade conhecer a origem dos atuais 417 municípios baianos. Na Biblioteca Ruy Barbosa e Arquivo Theodoro Sampaio, cerca de 30 mil títulos e coleções particulares estão à disposição de pesquisadores e demais interessados. No museu do IGHB, há uma importante coleção de retratos, além de esculturas de bronze, mobiliário de época e peças religiosas da cultura africana na Bahia. A instituição é guardiã do Pavilhão 2 de Julho, que guarda o Caboclo e a Cabocla, comemorativo da Independência da Bahia.

SERVIÇO

O que: VI Congresso de História da Bahia
Quando: 22 a 24 de setembro
Onde: Bahia Othon Palace (Ondina)
Quanto: R$ 50 a 150 reais
Realização: IGHB (Avenida Joana Angélica, 43 – Piedade)
Patrocínio: Secretaria de Cultura do Estado, Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura da Prefeitura, Ucsal, além do apoio da Bahiatursa, Rádio Metrópole e Irdeb.
Informações: www.ighb.org.br/ 71 3329 4463/ [email protected]

 

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Restrições a repórteres põem em questão liberdade de imprensa em Ferguson

DEU NO O POVO Online

(Deutsche Welle) – Enquanto violência escala na cidade, jornalistas são alvos de detenções e medidas restritivas por parte das autoridades na cobertura dos protestos. Criticada por ONGs e mídia, polícia alega questões de segurança. A Guarda Nacional dos Estados Unidos foi mobilizada para a cidade de Ferguson, no estado do Missouri, mas se mantém longe dos principais palcos dos protestos. A polícia tenta assumir com mão de ferro o controle da situação, resultante da morte a tiros do afro-americano Michael Brown, de 18 anos e desarmado, por um policial branco. A ação repressiva tem tido consequências também para o trabalho da imprensa.

Frank Herrmann, do jornal alemão Rheinische Post, e Ansgar Graw, do Die Welt,  foram presos enquanto cobriam os protestos em Ferguson - Foto: Reprodução
Frank Herrmann, do jornal alemão Rheinische Post, e Ansgar Graw, do Die Welt, foram presos enquanto cobriam os protestos em Ferguson – Foto: Reprodução

Nos últimos dias, diversos jornalistas têm sido impedidos de apurarem livremente sobre a situação na cidade. Um fotógrafo da agência Getty Images que registrara os protestos foi temporariamente detido. O mesmo ocorreu com repórteres dos jornais Washington Post e Huffington Post. Uma equipe de TV da emissora árabe Al Jazeera foi atacada com gás lacrimogêneo, segundo informações da polícia.

Leia também: Governo convoca Guarda Nacional em Ferguson para conter a violência

Na segunda-feira (18/08), três jornalistas alemães foram levados algemados e detidos por algumas horas pela polícia. Eles teriam supostamente resistido à ordem policial de não permanecerem parados numa rua aliás, vazia. Os profissionais pretendiam registrar imagens do posto de gasolina saqueado e incendiado na última semana.

Estratégia policial

As regras para manutenção da segurança pública em Ferguson preveem que transeuntes isolados se mantenham em movimento caso não se encontrem numa “zona organizada de protesto”. “Esse é um método que as autoridades dos EUA têm empregado repetidamente nos últimos dez a 15 anos”, explica Gregory Magarian, especialista em direito da Washington University em St. Louis. “Elas tentam concentrar os manifestantes numa área fechada, a fim de fazer impor a lei mais facilmente.”

Ansgar Graw e Frank Herrmann estão entre os jornalistas da Alemanha presos temporariamente. Graw, correspondente do diário Die Welt, afirma que a polícia impediu a ele e a outros jornalistas de realizarem seu trabalho. “Isso é uma violação gritante da liberdade de imprensa”, critica. Herrmann, que trabalha para alguns jornais regionais, classificou como “totalmente absurdas” as justificativas das prisões, que segundo ele visariam intimidar os jornalistas.

RSF: “Inaceitável”

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A ONG Repórteres Sem Fronteiras considerou inaceitáveis as detenções/Foto: Reprodução

“A detenção de jornalistas só é legalmente admissível se a polícia se encontra diante de uma situação de emergência”, diz Gregory Magarian, que se especializa em liberdade de imprensa. Isso não se aplica apenas a jornalistas, aliás. E, desse ponto de vista, nenhuma das prisões de representantes da imprensa em Ferguson foi lícita. “Há muitos casos em que a polícia fica de mira nos jornalistas. E não só enquantoestes realizam seu trabalho, mas sim porqueeles fazem seu trabalho.” Isso é uma violação da Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de imprensa, lembra Gregory Magarian.

Ele comenta que os protetores da lei em Ferguson e do condado de St. Louis viviam aparentemente numa bolha, sem perceber que percepção os cidadãos dos EUA e do mundo inteiro tinham suas ações: “Não sei o que precisa acontecer para que essas pessoas entendam que aquilo que fazem parece horrível para muita, muita gente.”

Em Berlim, o escritório alemão da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) criticou duramente as prisões recentes, denominando-as “totalmente inaceitáveis”. “Nós exigimos que os repórteres possam realizar seu trabalho em Ferguson sem terem medo de detenção, ou mesmo de que se atire neles.” Nas proximidades da cidadezinha no Missouri, nesta quarta-feira, ocorreu um novo incidente fatal. No norte de St- Louis, policiais mataram a tiros um afro-americano de 23 anos que supostamente estava armado com uma faca.

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