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Folha é o 1° jornal brasileiro a ter circulação digital maior que a impressa

A Folha de S. Paulo é o primeiro jornal a ter circulação digital maior do que a impressa no Brasil. Sua edição digital alcançou em agosto mais da metade do total, segundo levantamento feito pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC).  De acordo com o veículo, dos 316,5 mil exemplares de média diária em agosto, 161,8 mil (51%) foram relativos ao digital, contra 154,7 mil (49%) da impressa. Os números de participação digital também subiram nos jornais O Globo (48%), O Estado de S. Paulo (39%) e Zero Hora (36%), fator que aponta uma tendência.

O diretor de circulação e marketing da Folha, Murilo Bussab, disse que este marco já era esperado para meados deste ano já que “as pessoas estão muito mais conectadas, pela velocidade e pelo custo menor de se informar digitalmente”. Ele ressaltou ainda, que o desafio agora é transformar uma parte maior, do total de 20 milhões de leitores digitais do jornal, em leitores pagantes. Atualmente a Folha tem 160 mil padigital-folhagantes no digital.

Ele lembra que, até a adoção do “paywall” (muro de pagamento em tradução literal do inglês, ou seja, a cobrança pelo acesso às edições digitais) flexível do jornal, em janeiro de 2012, ninguém pagava para ler digitalmente. Com o “paywall” o acesso gratuito se limitou a um determinado número de textos por mês, no momento são dez. Para ler mais é preciso fazer um cadastro que dá direito a mais dez ou fazer uma assinatura. “Durante quase 20 anos de Folha na internet, como em todas as empresas jornalísticas do mundo, o acesso foi gratuito. E tem uma mudança cultural que é preciso fazer, que vai demorar, mas é possível. O modelo do “paywall” foi o que se mostrou mais inteligente para isso, até agora”, explicou.

Bussab lembra que “o impresso continua tendo espaço”. Que “existe um público que não abre mão, e ele tem e sempre terá vantagens” como a leitura mais agradável do que em telas digitais ou a portabilidade – qualidades que pesaram, por exemplo, na estabilização do mercado de livros, entre impressos e eletrônicos. Mas ele volta a sublinhar que “o segredo , o objetivo, o norte”, agora é convencer uma parcela maior dos 20 milhões de leitores digitais da folha a ” remunerar de alguma maneira o trabalho jornalístico”.

Métricas

O IVC, segundo seu presidente, Pedro Silva, “começou a medir a edição digital dez anos atrás, e naquele começo, até porque o acesso era só por computador e a velocidade de conexão era mais baixa, a adoção não foi rápida”. O quadro começou a mudar há cerca de cinco anos, quando surgiram os “pawalls” e essa faixa chegou aos dois dígitos. O avanço é resultado natural da resposta dos jornais “à mudança do consumidor de notícias para outras plataformas”, diz Silva. “A internet fez com que os veículos se adaptassem aos novos ambientes de entrega de informações” acrescenta, lembrando ainda o crescimento relativamente recente dos smartphones.

Não há dados sobre a circulação digital por aparelho, mas Silva lembra que outro levantamento do instituto restrito à audiência dos sites de jornais, mostra que em agosto a maioria dos acessos (57%) foi através de smartphones, com os computadores (desktops, notebooks) respondendo por 39%.

Ele explica que, pelas regras do IVC, cada assinatura digital equivale a uma assinatura do impresso. “Quando a assinatura é um combinado de impresso e digital, a digital também pode contar, desde que o desconto dado não seja alto” acrescenta. “Traduzindo, o assinante precisa efetivamente ter pagado pela edição digital.”

*Informações Folha de S. Paulo.

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