ABI BAHIANA

André Lemos debate na ABI sobre o caso The Intercept

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai promover nesta quarta (10), às 11h, o debate “Caso The Intercept: O Jornalismo e as mensagens secretas da Lava Jato”. Nesta edição do projeto Temas Diversos, a ABI trará André Lemos, pesquisador em Cibercultura e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA). 

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) vai promover nesta quarta (10), às 11h, o debate “Caso The Intercept: O Jornalismo e as mensagens secretas da Lava Jato”, sobre a divulgação de mensagens atribuídas ao então juiz Sérgio Moro e membros da força-tarefa que transformou a política brasileira e conquistou a atenção do mundo. Nesta edição do projeto Temas Diversos, evento realizado mensalmente durante reunião da diretoria da entidade, a ABI trará André Lemos, pesquisador em Cibercultura e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM/UFBA). 

O objetivo do evento é debater o trabalho do jornalista norte-americano Glenn Greenwald e do site The Intercept Brasil a partir das revelações do episódio já celebrizado como “Vaza Jato”, considerando os pressupostos éticos da atividade jornalística, o uso de informações e documentos obtidos por fonte anônima ou protegida pelo sigilo da fonte. A discussão abordará o papel dos whistleblowers, a utilização das tecnologias da comunicação pelo jornalismo, e as garantias para o pleno exercício da liberdade de imprensa e do direito à informação, diante das ameaças contra Greenwald e equipe e dos argumentos das autoridades denunciadas pela série de reportagens.

Sobre o convidado – André Lemos é Professor Titular do Departamento de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação da UFBA, mestre em Política de Ciência e Tecnologia pela COPPE/UFRJ e doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris V, Sorbonne. Membro fundador da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura (ABCIBER), diretor do Lab404 – Laboratório de Pesquisa em Mídia Digital, Redes e Espaço. É autor do livro “Isso (não) é muito Black Mirror: passado, presente e futuro das tecnologias de informação e comunicação”, lançado em 2018 pela EDUFBA.

Caso The Intercept No dia 9 de junho, o The Intercept Brasil começou a publicar uma coleção de materiais inéditos sobre as operações da força-tarefa anticorrupção que transformou a política brasileira e conquistou a atenção do mundo. As reportagens afirmavam que o então juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, e o procurador Deltan Dallagnol trocavam mensagens de texto sobre o andamento da Operação Lava Jato. Os conteúdos divulgados colocariam em xeque a imparcialidade do ministro quando era responsável pelo julgamento em 1ª instância de diversos casos de corrupção pela 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba.

O site afirma que, em conversas privadas, “Moro sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal”. De acordo com o site, as informações vieram de um lote de arquivos enviados por uma fonte anônima há algumas semanas para a empresa de comunicação, contendo mensagens de texto, áudio e vídeo trocadas entre 2015 e 2018 pelo aplicativo Telegram. Ainda de acordo com a reportagem, os documentos foram recebidos antes da notícia da tentativa de invasão do celular do ministro Moro, no começo de junho (4).

Em nota, o Ministério Público Federal do Paraná informou que seus membros foram vítimas da ação criminosa de um hacker: “A ação vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho”.

Ainda de acordo com o MPF, “nenhum pedido de esclarecimento ocorreu antes das publicações [do Intercept], o que surpreende e contraria as melhores práticas jornalísticas”. Em nota, o ministro Moro lamentou a “falta de indicação de fonte de pessoa responsável pela invasão criminosa de celulares de procuradores”, além de criticar a postura do site, que não entrou em contato previamente.

SERVIÇO:

Debate "Caso Intercept: O Jornalismo e as mensagens secretas da Lava Jato
10 de julho, às 11h
Local: Sede da ABI (Rua Guedes de Brito, 1 - Praça da Sé/Centro
Evento gratuito
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