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Imprensa internacional repercute assassinato de vereadora no Rio

Publicações internacionais destacaram o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco (PSOL), que foi morta a tiros no centro do Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (14). Ativista do movimento negro e oriunda da favela da Maré, a socióloga de 38 anos voltava de um evento na Lapa, quando teve o carro emparelhado por outro veículo, de onde partiram os tiros. Horas mais tarde, seu rosto, suas palavras e sua trajetória figurariam em veículos como o The New York Times, o The Washington Post, El País, El Comercio, na rede ABC News, entre outros. Nesta sexta-feira (16) Marielle estaria em Salvador, para participar do Fórum Social Mundial 2018.

No momento do crime, a vereadora estava acompanhada pelo motorista Anderson Pedro Gomes, que também foi morto, e de sua assessora Fernanda Chaves, que não foi atingida pelos disparos. Segundo o jornal Extra, a Polícia Civil encontrou pelo menos oito cápsulas no local. Nenhum objeto foi levado do carro. Crime de mando ou execução é também a principal hipótese com a qual a polícia trabalha neste momento.

Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. E vinha se posicionando publicamente contra a medida. Dias antes de ser morta, por meio de um post em uma rede social, ela havia criticado a ação supostamente violenta dos policiais na comunidade do Acari, no Rio. “Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.

Diversas entidades também se manifestaram para cobrar o esclarecimento das mortes. A Anistia Internacional divulgou uma nota pedido que o Estado, através dos diversos órgãos competentes, faça uma investigação imediata e rigorosa do assassinato da vereadora. “Marielle Franco é reconhecida por sua histórica luta por direitos humanos, especialmente em defesa dos direitos das mulheres negras e moradores de favelas e periferias e na denúncia da violência policial. Não podem restar dúvidas a respeito do contexto, motivação e autoria do assassinato de Marielle Franco”.

Marielle Franco se formou pela PUC-Rio e fez mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com foco nas UPPs. Ela coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A ativista decidiu pela militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário.

*Com informações do jornal El País.

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