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Palestra de Pedro Simon analisa a conjuntura política brasileira

Desde que reuniu fatos marcantes da política recente do país nas suas memórias ao deixar o Senado, em dezembro passado, o político e advogado gaúcho Pedro Simon viaja o Brasil com palestras polêmicas, já tendo participado de quase 20 eventos em cidades do Sul, Sudeste e Nordeste. Nesta quinta-feira (14) foi a vez de a capital baiana receber um dos principais ícones do cenário político nacional, para uma conversa sobre o atual momento de crise político-econômica do Brasil e sua repercussão internacional. Aos 85 anos, Simon foi recebido no suntuoso palácio da Associação Comercial da Bahia (ACB), pelo presidente Marcos Fonseca, de quem recebeu uma medalha comemorativa aos 200 anos da instituição. O evento realizado em parceria com a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) foi conduzido por um dos diretores das duas entidades, Pedro Daltro, e reuniu empresariado e imprensa locais. Conhecido ao longo da carreira pelos discursos firmes e indignados, Simon levantou temas polêmicos, entre eles os escândalos recentes que envolveram a Petrobrás.

Em seu discurso, o presidente da ABI, Walter Pinheiro, propôs um minuto de silêncio pelo falecimento, na manhã desta quinta (14) da professora Consuelo Pondé de Sena, diretora da ABI, Conselheira de Cultura da ACB  e presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). Ao término da homenagem, Walter Pinheiro destacou a trajetória de Pedro Simon, cuja participação, segundo ele, foi imprescindível nos mais relevantes fatos políticos das últimas décadas. “A riqueza de sua vida pública está marcada pela defesa da Anistia. A partir daí, era identificado facilmente nas tribunas deste país, com um gestual forte, inconfundível, denunciando mazelas, defendendo os direitos humanos e a liberdade de expressão, buscando a implantação de uma sociedade mais igualitária e externando seus protestos, convicções e propostas para a construção de um Brasil melhor”, ressaltou. O dirigente convidou sua esposa, Gel Pinheiro, para entregar um buquê de flores a Ivete Fülber Simon, esposa do senador Pedro Simon e responsável por sua agenda de viagens.

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Foto: ABI

Simon analisou a crise econômica do país, abordando temas como corrupção, alternância de poder, infidelidade partidária e defendeu uma cruzada cívica para promover uma reforma política no Brasil. Ele recordou momentos decisivos da política nacional, como o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros, a queda de João Goulart, os 20 anos da ditadura militar e a luta pela redemocratização do Brasil. Falou da CPI para cassar Collor e defendeu que agora seria o momento propício para mudar o país. Mas alertou para o “perigo” de as manifestações estarem difusas e não terem uma “liderança com credibilidade”, além de recomendar aos empresários que saiam às ruas para manifestar sua insatisfação sobre os problemas do país e apresentar soluções.

O ex-senador que atuou por 32 anos disse temer pela falta de rumos e pela ausência da busca de saídas da política brasileira se as lideranças não fizerem nada, pode ficar pior. Ele afirmou ter ficado especialmente impactado com o “ataque” à Petrobrás. “Esta empresa é a grande demonstração da garra, da competência do povo brasileiro. Se tivessem atacado minha casa, eu não sentiria tanto”, confessou. Os políticos, segundo ele, devem deixar para a Justiça o julgamento dos envolvidos no caso e se unir para recuperar os padrões éticos e morais da política brasileira. “Eu e minha mulher estamos viajando pelo Brasil, falando ao nosso povo. Meu objetivo não é pessoal. Eu não tenho mais um futuro na política partidária. Decidi sair por todos os cantos deste país porque minha consciência pede. Chegamos no fundo do poço, mas não há momento mais propício para firmar um pacto por todos os partidos porque o Brasil tem todas as condições de ser feliz”.Para ele, a política virou “um troca-troca”. “Esse é o grande escândalo do Brasil. O país não aguenta mais essa política. O momento que nós estamos vivendo é de rebeldia. Na verdade, a gente tem raiva das coisas que estão acontecendo. O Brasil nasceu para ser uma grande nação e vai ser”, destacou, em um misto de frustração e esperança.

Foto: ABI
Foto: ABI

Pedro Simon foi aplaudido pelos participantes do evento, que contou com os ex-governadores da Bahia, Roberto Santos e Waldir Pires, vereador de Salvador pelo PT-BA. Participaram também jornalistas, empresários, os diretores da ABI Pedro Daltro,Valter Lessa, Raimundo Marinho, Romário Gomes; o presidente da Assembléia Geral da ABI, Samuel Celestino, Ernesto Marques, Luís Guilherme e a presidente do Sindicato de Jornalistas da Bahia, Marjorie Moura.

Trajetória – Filho de libaneses católicos radicados no Rio Grande do Sul nos anos 1920, Simon vive a política desde o fim do Estado Novo de Getúlio Vargas. Quando o governo, por meio do Ato Institucional número 2, em 1965, extinguiu o pluripartidarismo e adotou o bipartidarismo, ele era membro do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena), que dava sustentação ao regime militar. No final dos anos 1960 e início dos 1970, Simon usava sua experiência de advogado para ajudar presos políticos. Visitava delegacias de cidades gaúchas em busca de notícias de colegas capturados. Bancava festas de Natal para os filhos dos amigos presos pelo regime militar.Seu último momento de relevância como articulador político transcorreu após o impeachment de Fernando Collor. No final de 1992, Itamar Franco, que assumira a Presidência, convidou Simon a assumir a Liderança do governo no Senado.

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Pedro Simon palestra hoje (14) sobre atualidade política do Brasil

O Senador Pedro Simon estará nesta quinta-feira (14/5), às 17h, no Palácio da Associação Comercial da Bahia (Pç. Conde dos Arcos s/nº – Comércio). Não perca!

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SIP denuncia retrocesso da liberdade de expressão na América Latina já em 2015

Um anúncio da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) revelou que os primeiros meses de 2015 foram “dramáticos” na América Latina, devido às restrições contra veículos de comunicação na Venezuela e no Equador e aos assassinatos de jornalistas em Honduras e em outros países. De acordo com o presidente da SIP, Gustavo Mohme, em declarações nesta quarta-feira (6), o jornalismo é exercido em “condições extremas” na Venezuela e no Equador, o que aponta uma “franca deterioração e retrocesso da liberdade de expressão”. “O mais dramático são os crimes contra os jornalistas”, acrescentou Mohme. Como exemplo, ele citou Honduras, que tem um dos quadros mais graves: 16 jornalistas e pessoas ligadas à imprensa foram assassinados no último ano. Mohme disse que alguns desses crimes estão ligados às máfias do tráfico de drogas, ou às gangues, enquanto outros podem ter motivação política.

Durante um fórum em San José, patrocinado pelo Instituto Interamericano de Direitos Humanos (IIDH) e pela embaixada dos Estados Unidos, Mohme fez duras críticas ao caso equatoriano. “No Equador, existe apenas a verdade do (presidente Rafael) Correa”, cujo governo promoveu leis “para reprimir, e não para dar espaço à democracia”. Na última terça-feira, Rafael Correa já havia demonstrado irritação com as denúncias sobre o aumento da repressão governamental e criticou os veículos de comunicação que utilizaram um relatório da organização Freedom House para negar a existência da liberdade de imprensa naquele país. O documento foi divulgado na última quarta-feira (29/4) e apontou que a liberdade de imprensa no mundo se deteriorou de maneira acentuada, atingindo o pior patamar nos últimos dez anos.

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Manifestação em Caracas pede o fim das prisões por motivação política- Foto: Carlos Garcia Rewlins/Reuters

Na Venezuela – completou o presidente da SIP -, onde vários jornais anunciaram seu possível fechamento por falta de papel, a situação “é ainda pior”. Segundo Mohme, os jornais que não são alinhados com o governo do presidente Nicolás Maduro não conseguem recursos para comprar papel. Por isso, alguns devem suspender a circulação nas próximas semanas. O agravamento da situação da Venezuela vem sendo abordado em relatórios diversos. De acordo com a ONG Espacio Público, o ano de 2014 foi o pior dos últimos 20 anos para a liberdade de expressão no país, com quase 580 violações. O aumento dos casos nos últimos anos coincide com a chegada de Nicolás Maduro à presidência, após a morte do líder Hugo Chávez.

Enquanto isso, países democráticos assistem de braços cruzados as restrições cada vez maiores enfrentadas pelos órgãos tradicionais da mídia, o uso de mecanismos legais para punir jornalistas críticos, além das prisões de opositores políticos. O governo brasileiro, por exemplo, está sob intensas críticas, provenientes do mundo político doméstico, analistas e de ONGs de direitos humanos, pela suavidade com que trata os últimos movimentos do governo Maduro. Não por acaso, Mitzy Capriles, esposa do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma – preso desde fevereiro pelo regime de Nicolás Maduro -, procurou partidos de oposição ao governo brasileiro para pedir apoio à campanha internacional que tem mobilizado para libertar o marido, já que nesta quarta-feira (6) ela protocolou um pedido de audiência no Palácio do Planalto e não obteve resposta da presidente Dilma Rousseff.

Antonio Ledezma e Leopoldo López - Foto: Reprodução
Antonio Ledezma e Leopoldo López – Foto: Reprodução

A venezuelana, que está no Brasil com Lilian Tintori, mulher do também preso político venezuelano Leopoldo López, vai participar hoje de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado para discutir violações aos direitos humanos e a prisão política de políticos oposicionistas ao governo Maduro. “Um pronunciamento claro e contundente da presidente Dilma sobre a violação sistemática dos direitos humanos e a crise na Venezuela. Esperamos que a presidente Dilma peça a libertação dos 89 presos políticos na Venezuela, que cesse a repressão, e que ela envie observadores qualificados para as próximas eleições parlamentares”, disse Tintori ao jornal Folha de S.Paulo.

*Informações da Agence France-Presse (AFP), Folha de S. Paulo e Estadão.

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Jihadistas treinam crianças e mulheres para combater na Síria e no Iraque

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou nesta terça-feira (24) que o grupo extremista Estado Islâmico (EI) já treinou cerca de 400 crianças para combater na Síria, noticia a France-Presse. “Os jihadistas submetem as crianças, a quem chamam de `filhos dos leões do Califado”, a intensivos treinos militares e religiosos nos territórios que controlam na Síria”, afirma a Organização Não-Governamental com sede em Londres. “O chocante é que não escondem que usam crianças, ao contrário, se orgulham disso”, denuncia, por sua vez, Nadim Hury, diretor adjunto para o Oriente Médio da Human Rights Watch. Denúncias de tortura, estupro e emprisionamento de mulheres também vieram à tona. Apesar disso, cerca de 550 mulheres, segundo levantamento da consultoria de segurança The Soufan Group, com sede nos Estados Unidos e no Reino Unido, engrossam o exército dos terroristas na Síria e no Iraque.

A ação do grupo, que também recruta jovens na América Latina, deixou de ser algo distante e já se estende ao Brasil, de acordo com informações divulgadas no último domingo pelo jornal O Estado de S.Paulo. De acordo com a publicação, setores de inteligência do governo brasileiro teriam detectado tentativas de atração de jovens do país pelo Estado Islâmico (EI). O jornal apurou que o Palácio do Planalto recebeu relatórios de órgãos diferentes alertando para o problema e que os órgãos de inteligência vêm trocando informações. A estratégia do governo brasileiro é se antecipar aos possíveis movimentos do grupo, detectando as formas de cooptação. Fontes envolvidas afirmaram à reportagem que o tema foi alvo de discussão na última semana na Casa Civil, da qual participaram representantes de nível operacional do Ministério da Justiça e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Polícia Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Leia também:Estado Islâmico tenta recrutar jovens brasileiros, afirma governo federal

Vários vídeos difundidos nas redes sociais, em contas ligadas ao EI, mostram crianças carregando escopetas, disparando e rastejando no chão em treinamento de guerrilha. Nas imagens, as crianças também são vistas estudando textos religiosos em torno de uma mesa redonda. O grupo radical sunita já utilizou dez crianças como terroristas suicidas na Síria. O diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, indicou que os adolescentes têm a possibilidade de se tornar combatentes pagos. “O EI tenta atrair as crianças com dinheiro e armas. Quando atingem a idade de 15 anos, esses meninos têm a opção de virar verdadeiros combatentes que recebem salário”, acrescentou, explicando que as crianças não são obrigadas a lutar, porém é o que acabam por fazer já que não vão à escola, nem trabalham. “Trata-se de uma lavagem cerebral”, completa o diretor.

Recrutamento de mulheres

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Mulheres empunham metralhadoras em foto divulgada em uma rede social do EI – Foto: Reprodução/Twitter

O islamismo praticado no EI é interpretado como hostil às mulheres, de inteira submissão aos maridos e também aos líderes do próprio grupo terrorista, que muitas vezes determinam quando e com quais guerrilheiros elas devem se casar, de acordo com relatos de pessoas que escaparam da milícia. Apesar disso, o número de dissidentes ocidentais que se juntam ao grupo aumentou bastante nos últimos anos – em torno de 3.400, de acordo com autoridades do Exército americano, em balanço de fevereiro.

UOL coletou informações de estudos e opiniões de especialistas, divulgadas em entrevistas ou em artigos à imprensa, para explicar as razões e circunstâncias que levam algumas mulheres a escolher o caminho do extremismo. O site mostrou que, dentro de sua estrutura de recrutamento de estrangeiros, o Estado Islâmico possui diferentes estratégias para atrair as mulheres, e, muitas vezes usam a idolatria e a ingenuidade como ingredientes. Os militantes utilizam Twitter, Facebook e outras redes para criar uma relação de confiança com as jovens mulheres e coletar informações sobre elas, como a aparência física, utilizada como instrumento de motivação aos guerrilheiros solteiros, e o histórico de relacionamento das garotas com a família e pessoas próximas. Em busca de aproximar mulheres que queiram participar efetivamente do conflito armado, o grupo até sinaliza que elas podem fazer parte do exército –fotos de mulheres com metralhadoras aparecem eventualmente em postagens nos perfis ligados ao grupo nas redes sociais.

*Informações da France-Presse, Bahia Notícias, Estadão e UOL.

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