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Moscou exige que Ucrânia libere jornalista russo e retire acusações

O Departamento de Informações e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia divulgou comunicado, no domingo (3), exigindo que a Ucrânia libere imediatamente o jornalista russo e chefe do portal RIA Novosti Ucrânia Kirill Vyshinsky, além de retirar todas as acusações levantadas contra ele. As informações são da agência de notícias russa Sputnik.

Vyshinsky, que tem cidadania russa e ucraniana, chegou a pedir ao presidente Vladimir Putin para tomar todas as medidas necessárias para a sua libertação. Na ocasião, ele expressou a sua vontade de abdicar da cidadania ucraniana, o que será comunicado ao presidente da Ucrânia, Pyotr Porshenko, nesta segunda-feira (4).

A chancelaria russa também apelou aos serviços de informação de vários países para que tomem medidas contra as tentativas do Serviço de Segurança da Ucrânia de recrutar jornalistas, depois do caso da jornalista da RIA Novosti Irina Vysokovich.

Vyshinsky foi detido em Kiev, em 15 de maio, acusado de apoiar as autoproclamadas República Popular de Donetsk (RPD) e República Popular de Lugansk (RPL). O jornalista pode ser condenado a 15 anos de prisão. Dois dias após a detenção, o tribunal ucraniano de Kherson decretou a prisão preventiva do jornalista por 60 dias.

Vladimir Putin qualificou a prisão de Vyshinsky de algo sem precedentes, tendo Moscou enviado uma nota de protesto a Kiev exigindo o fim da violência contra jornalistas. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa e o Conselho da Europa também expressaram preocupação pela detenção do jornalista russo.

Tensão 

Um dos episódios mais estranhos no confronto entre a Rússia e a Ucrânia chocou a imprensa mundial na semana passada, quando a Ucrânia anunciou que o jornalista russo Arkady Babchenko tinha sido assassinado a tiros na escada do prédio onde morava, em Kiev. Seguiu-se uma onda de protestos e tensão diplomática, já que Babchenko era um crítico de Vladimir Putin e se mudara de Moscou para fugir da perseguição política em seu país. Menos de 24 horas depois, contudo, o jornalista “morto” convocou numa entrevista coletiva para explicar que seu homicídio fora forjado, para… denunciar um suposto plano do governo russo para assassiná-lo. “Eu enterrei muitos amigos e colegas muitas vezes e conheço o sentimento doentio”, disse ele, a título de explicação. “Sinto muito que você tenha experimentado isso. Mas não havia outro jeito”, disse Babchenko.

Relacionada: Jornalista russo crítico de Putin teve morte forjada

Gritsak disse que a falsa morte de Babchenko, que enganou seus amigos mais próximos e familiares, bem como a mídia internacional e os líderes mundiais, permitiu que agentes ucranianos frustrassem uma trama genuína para tirar a vida do jornalista.

A “morte” do mais famoso correspondente de guerra da Rússia parecia se encaixar em um padrão de assassinatos em Kiev. As mortes não resolvidas incluem a de Pavel Sheremet, um proeminente jornalista liberal de origem bielorrussa que foi explodido em seu carro em 2016. O atirador na escada e os tiros nas costas também lembraram a morte de dois outros importantes críticos do Kremlin – Anna Politkovskaya e Boris Nemtsov, que foram assassinados em Moscou em 2006 e 2015.

Mas o movimento também atraiu críticas de jornalistas e grupos de liberdade de imprensa que disseram que solaparam a fé em reportagens e jogaram nas mãos de governos que rejeitam cobertura indesejada como notícias falsas. O governo russo, que havia condenado o assassinato de Babchenko e negado acusações de envolvimento, acusou rapidamente a fraude como “propaganda”.

*Informações do Portal IMPRENSA, O Globo e Telegraph.

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Foto de criança síria afogada na Turquia choca o mundo

Pelo menos 12 imigrantes sírios que fugiam do Estado Islâmico e da guerra civil no país, entre eles oito crianças, morreram nesta quarta-feira (2), na costa da Turquia, quando tentavam cruzar o Mar Egeu e chegar à Grécia, informou a agência de notícias estatal turca Anadolu. Uma imagem forte da realidade de centenas de milhares de pessoas que tentam fugir da guerra, da fome e da miséria é alerta para o mundo civilizado de que algo precisa ser feito. A foto chocante (que não é reproduzida nesta matéria) mostra o corpo de um bebê, de bruços numa praia de Bodrim, no sul da faixa asiática da Turquia. Os cadáveres das crianças apareceram no início da manhã, o que levou a Guarda Costeira a mobilizar várias equipes de salvamento, que conseguiram resgatar seis pessoas das duas embarcações avariadas.

Apesar do choque causado pela imagem, a foto deve se tornar um símbolo do drama dos refugiados que tentam chegar à Europa fugindo de conflitos e da pobreza no Oriente Médio e no norte da África. A tragédia causou comoção em milhares de usuários, que replicaram a foto e lamentaram o custo humano da crise imigratória. O assunto foi um dos mais comentados no Twitter, onde o registro ganhou a hashtag #kiyiyavuraninsanlik, algo como “a humanidade se choca contra a costa”.

Os imigrantes tentam cruzar a nado a distância de cinco quilômetros entre o popular resort de verão de Bodrum, no sudoeste turco, e a ilha grega de Kos. Dois barcos que tentavam fazer a jornada naufragaram em águas internacionais, segundo a agência turca Dogan. Uma embarcação de 2 metros com nove imigrantes do Paquistão foi forçada a retornar por autoridades turcas.

A maioria dos imigrantes tenta fazer esse trajeto durante a noite, aumentando os riscos, segundo moradores na região. Um refugiado sírio, Omer Mohsin, disse à agência Dogan que seu barco naufragou pouco após zarpar, às 2h (hora local). Segundo o refugiado, caberiam dez pessoas no barco, mas foram colocadas 17, cada uma pagando 2.050 euros aos traficantes de pessoas.

*Informações da Revista IstoÉ e do El País (edição Brasil).

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ONU pede cessar-fogo humanitário na Faixa de Gaza

Os quinze membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) adotaram uma declaração, baseada em proposta de paz apresentada pelo Egito, que pede um cessar-fogo humanitário imediato e incondicional no conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. Em reunião de emergência realizada à 1h desta segunda-feira (28) – horário de Brasília –, em Nova York, o Conselho discutiu a situação na Faixa de Gaza e também apoiou um comunicado redigido por Ruanda, que ocupa a presidência rotativa do grupo, pedindo a interrupção das hostilidades durante o feriado islâmico do Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado de jejum, o Ramadã. Além disso, o comunicado exorta Israel e o Hamas a aceitarem e manterem a trégua por quanto tempo mais for possível.

O comunicado da presidência do Conselho de Segurança, que não cita nominalmente os israelenses nem o Hamas, diz que ambas as partes devem “se envolver nos esforços para obter uma trégua duradoura e plenamente respeitada, com base na iniciativa egípcia”, segundo a qual o fim das hostilidades abriria caminho para negociações sobre o futuro de Gaza, incluindo a abertura das fronteiras do território. O texto destacou que “instalações civis e humanitárias, incluindo as da ONU, devem ser respeitadas e protegidas” e enfatizou a necessidade do “fornecimento imediato de assistência humanitária à população palestina na Faixa de Gaza”.

O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o comunicado não fez avanços e que era necessária uma resolução formal exigindo a retirada das forças israelenses de Gaza. Ele lamentou que o Conselho de Segurança não tenha sido capaz de aprovar uma resolução para condenar a agressão israelense, e afirmou que quer ver mudanças fundamentais para o seu povo. “Eles deveriam ter adotado uma resolução há mais tempo, condenando esta agressão e pedindo que esta agressão pare imediatamente”, disse.

Já o representante de Israel na ONU, Ron Prosor, qualificou o comunicado de tendencioso, por deixar de mencionar o lançamento de foguetes por militantes palestinos contra o território israelense. “Milagrosamente, o texto não menciona o Hamas”, protestou Prosor.

Gaza teve sua noite mais tranquila nas últimas semanas depois de um fim de semana marcado por fracassadas iniciativas de tréguas, que foram oferecidas tanto por Israel quanto pelo Hamas. No 21º dia de combates, 1.065 palestinos e 46 israelenses foram mortos. Em Gaza, há registros de 6.200 feridos. As operações do Exército israelense e o lançamento de foguetes por militantes palestinos continuam, apesar do pedido da ONU.

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A pressão por um cessar-fogo se intensificou após um dia de novos ataques entre israelenses e palestinos, em meio a propostas malsucedidas de suspensão temporária das hostilidades. Membros dos partidos israelenses conservadores Likud e Habayit Hayehudi (Lar Judaico) emitiram uma declaração contra a exigência do presidente dos EUA, Barack Obama, de um cessar-fogo imediato. No domingo, Obama conversou por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, expressando preocupação com o crescente número de mortes de civis. Segundo a proposição do líder americano, uma solução de longo prazo deveria “permitir que palestinos em Gaza tenham vidas normais” e “assegurar o desarmamento de grupos terroristas e a desmilitarização de Gaza”.

Mais bombardeios

Após cinco horas de uma relativa calmaria nesta madrugada, sirenes de alerta aéreo voltaram a soar em comunidades fronteiriças entre Israel e Gaza. Um foguete lançado a partir de Gaza explodiu em um campo aberto na área de Ashkelon, sem causar danos ou vítimas. Já o Exército israelense, segundo o jornal “Haaretz”, atacou importantes alvos em Gaza. De acordo com um oficial, citado pelo diário, “a situação agora está sendo chamada de um cessar-fogo sem restrições”. “O esforço central é nos túneis. Precisamos de mais alguns dias (para cuidar dos túneis do Hamas). Mas também estamos considerando outras possibilidades, em caso de sermos chamados para continuar lutando”, relatou o oficial.

Os palestinos afirmaram que uma criança morreu nesta segunda-feira em um bombardeio israelense em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza. Pela manhã, palestinos relataram tiros e explosões no leste do território controlado pelo Hamas. Um homem de 65 anos teria sido morto em uma explosão durante a noite em Khan Yunis. Mais cedo, um residente de Gaza ferido no fim de semana morreu em um hospital.

*Informações do Jornal O Globo e BBC.

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Conflito em Gaza provoca suspensão de voos e limita ação da imprensa

Civis palestinos em uma Gaza densamente povoada não têm nenhum lugar para se esconder da ofensiva militar de Israel. “Literalmente, não há lugar seguro para os civis”, afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Coordenação de Assuntos Humanitários, em entrevista coletiva. A entidade chama a atenção para a grave crise humanitária na Faixa de Gaza, onde um palestino morre a cada 35 minutos nos bombardeios israelenses contra a região. O conflito preocupa os Estados Unidos e países da Europa, levando as principais companhias aéreas a suspenderem seus voos para Israel, depois de um foguete cair próximo ao aeroporto de Tel Aviv. O projétil lançado da Faixa palestina acertou uma casa a menos de dois quilômetros do aeroporto Ben Gurion.

Em reunião extraordinária, em Genebra, o Conselho de Direitos Humanos da ONU declarou nesta quarta-feira (23) ser fortemente provável que Israel viole o direito internacional na região. A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu uma investigação sobre os possíveis crimes de guerra cometidos por Israel e denunciou ataques indiscriminados do movimento islamita Hamas contra zonas civis israelenses. Citando casos ataques aéreos israelenses e bombardeios atingindo casas e hospitais no enclave costeiro como casos em que pode ter havido violações sistemáticas dos direitos humanos, ela falou em crimes de guerra.

De acordo com autoridades da Faixa de Gaza, hoje, no 16° dia do conflito, mais cinco palestinos morreram, incluindo duas crianças. Até o momento, o número de vítimas fatais na Faixa de Gaza chegou a 650 pessoas, enquanto Israel registrou 31 mortes, 29 soldados e dois civis. Um cessar-fogo em curto prazo é pouco provável, apesar dos apelos internacionais e dos esforços diplomáticos dos Estados Unidos e da ONU.

Testemunhas oculares da barbárie precisam se segurar para não passar as informações sobre o que está acontecendo em Gaza ou podem sofrer retaliações, como é o caso de Ayman Mohyeldin, o jornalista que presenciou e divulgou as mortes de Ismail, Zakaria, Ahed e Mohamed, de idades entre 9 e 11 anos, caçados por radar e finalmente atingidos pelos mísseis de Israel quando brincavam em um praia de Gaza, no último dia 16. A área foi bombardeada com frequência desde que Israel começou sua ofensiva no enclave, em 8 de julho, após uma onda de ataques de foguetes palestinos.

Jornalista americano de origem egípcia, ele é veterano. Trabalhou na Palestina para a Al Jazeera, para a CNN e para a NBC News, que o emprega atualmente. Desde que entrou para a NBC, em setembro de 2011, Mohyeldin informou sobre o mundo árabe. Ayman estava jogando futebol na praia com os quatro meninos momentos antes de serem assassinados. E foi, portanto, o jornalista a relatar com mais detalhes tudo que presenciou. Ele foi fundamental, tanto em mídias sociais e no ar, em transmitir ao mundo o horror visceral do ataque.

O mundo recebeu suas notícias, as imagens das mães e pais ao saber das mortes, o testemunho de Moutaz Bakr, o menino ferido, levado ao hospital após ter visto os outros morrerem. O repórter recebeu elogios nas redes pela cobertura e pelas informações que também postou no Twitter e no Instagram. Mas em seguida recebeu ordens da direção da NBC para deixar Gaza.

O argumento foi de retirada por “questões de segurança”, mas, segundo o jornalista Glenn Greenwald para o The Intercept, a NBC enviou outro correspondente para substituí-lo, “Richard Engel, juntamente com um produtor americano que nunca foi à Gaza e não fala árabe, para cobrir o ataque israelense em curso”.

A censura foi denunciada na internet, também pela rede antissionista norte-americana Jewish Voice for Peace, que condena Israel pela ocupação e os ataques a Gaza, e que fez um apelo, em sua página do facebook, para que o jornalista volte ao seu posto, e não seja punido “por fazer um trabalho honesto e corajoso”.

A outra vítima da censura é a jornalista Diana Magnay, da rede CNN, que trabalhava na fronteira entre Israel e Gaza. Ali, ela presenciou um grupo de israelenses torcendo e comemorando o lançamento de mísseis sobre Gaza. Ela relatou o fato em sua conta no Twitter e chamou o grupo de “escória”, apesar das ameaças que sofreu. “Os israelenses no monte acima de Sderot torciam enquanto bombas caíam em Gaza; eles ameaçaram destruir nosso carro se eu falasse alguma palavra errada. Escória”, escreveu no Twitter. A CNN pediu desculpas por Diana Magnay e transferiu a jornalista para Moscou.

Com informações do El País (Edição Brasil), Guia Global, RFI e Folha de S. Paulo.

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