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EUA pretendem interromper espionagem de líderes aliados, após revelações de Snowden

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou à emissora alemã de televisão ZDF que não vai permitir que a vigilância ostensiva de canais de comunicação, praticada pelo serviço americano de inteligência, atrapalhe as relações dos EUA com países aliados, como a Alemanha. A declaração, feita durante uma rara entrevista exclusiva concedida à emissora alemã, foi ao ar na noite deste sábado (18). Trata-se aparentemente de uma tentativa de diminuir os constrangimentos que abalaram as relações diplomáticas entre americanos e alemães após denúncias de que a Agência Nacional de Segurança (NSA) teria espionado o celular da premiê alemã Angela Merkel.

A entrevista foi ao ar um dia depois de Obama ter anunciado novos limites para o acesso do serviço americano de inteligência às comunicações de centenas de milhões de americanos. Obama ainda garantiu que irá frear a espionagem sobre outros líderes aliados e estender aos cidadãos estrangeiros medidas de proteção da privacidade. A presidente brasileira, Dilma Rousseff, também está entre os líderes que tiveram celulares grampeados.

“Não quero e não preciso prejudicar essa relação por mecanismos de vigilância que, de alguma maneira, iriam impedir o tipo de comunicação e confiança que temos. Enquanto eu for presidente dos Estados Unidos, a chanceler federal alemã não precisa se preocupar com isso”, prometeu Obama em entrevista ao jornalista Claus Kleber.

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Desde o estouro do escândalo, Berlim vem pressionando Washington a assinar um acordo de “não espionagem”. Uma proposta de resolução apresentada pelo Brasil e pela Alemanha contra a espionagem em massa dos cidadãos foi aprovada pela ONU no ano passado. O texto reafirma o direito à proteção da privacidade na era digital.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, afirmou que Berlim deverá esperar para ver o que vai acontecer de agora em diante antes de fazer qualquer julgamento final sobre as reformas no serviço de inteligência americano. “O governo continua esperando que a lei alemã seja respeitada no território alemão, particularmente por parte de um aliado tão próximo”, afirmou Seibert.

Obama classificou as mudanças anunciadas nesta sexta como as mais profundas desde que ele assumiu o governo. No entanto, afirmou que a inteligência americana vai continuar coletando informações sobre as “intenções” de outros governos, e os EUA não vão “pedir desculpas” pelo fato de sua inteligência ser mais eficiente.

A organização Conectas Direitos Humanos afirma que as revelações sobre a espionagem são apenas a ponta do iceberg e destaca 11 temas “espinhosos” ainda pendentes na agenda internacional de direitos humanos do governo estadunidense. São eles: o recurso à espionagem, que atenta contra liberdades individuais e o direito à privacidade; uso de aviões não tripulados para realizar ataques contra civis; a existência da prisão de Guantánamo e a forma de detenção e tratamento das pessoas mantidas no local; a não adesão à Convenção Americana de Direitos Humanos, que é o principal instrumento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, e o não reconhecimento da jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos); a não adesão ao Estatuto de Roma, que põe em funcionamento o Tribunal Penal Internacional; não adesão à Convenção Internacional sobre os Direitos dos Trabalhadores Migrantes e suas Famílias; e a não adesão à Convenção Internacional sobre Desaparecimento Forçado de Pessoas, entre outros temas.

Espionagem não preveniu terror

Nos últimos oito meses, ao falar do programa de monitoramento telefônico e eletrônico responsável pela mais grave crise política e diplomática de seu governo, o presidente Barack Obama repete com variações a versão que apresentou no esperado discurso da sexta-feira, ao anunciar a reforma do sistema. “Em conjunto, estes esforços têm impedido múltiplos ataques e salvado vidas inocentes, não só aqui nos Estados Unidos, mas em todo o globo”, defendeu.

Em relações às ameaças domésticas, a afirmação de Obama acaba de receber um severo desmentido. Um relatório recém-lançado pelo centro de estudos New America Foundation, de Washington, indica que, em 225 casos de indivíduos acusados de ataques terroristas nos EUA depois do atentado conhecido como ‘11 de Setembro’, o manejo de registros telefônicos pela Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) não teve nenhum “impacto discernível” na prevenção de atos de terrorismo e apenas “o mais marginal dos impactos” no combate a atividades ligadas ao terror, como levantamento de fundos.

O estudo foi coordenado pelo jornalista e analista de terrorismo da rede CNN Peter Bergen, que ostenta em seu currículo uma das únicas entrevistas da imprensa ocidental com Osama bin Laden, da qual resultaram dois livros. Em conjunto com os especialistas David Sterman, Emily Schneider e Bailey Cahall, Bergen afirma no relatório de 32 páginas que as avaliações sobre a utilidade dos registros obtidos por meio de programas de vigilância da NSA são “superestimadas e até imprecisas”.

Informações de G1, Deutsche Welle, Zero Hora e Conectas Direitos Humanos (ONG).

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Alagoas se prepara para sediar o 36º Congresso Nacional dos Jornalistas

Anfitrião do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, promovido pela FENAJ, o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) já disponibilizou para consultas o site www.36congressojornalistas.com do evento, que será realizado em Maceió, de 2 a 6 de abril de 2014. Bianual, o fórum máximo de deliberação da categoria foi antecipado em função da Copa do Mundo e das eleições do ano que vem. Com o tema central “O Jornalismo, o Jornalista e a Democracia”, o Congresso vai colocar no foco das discussões o importante papel da imprensa na construção de um verdadeiro estado democrático de direito.

“Embora ainda precise de alguns ajustes, o site é o pontapé inicial para disponibilizar informações aos interessados. Também ainda não temos a confirmação de todos os palestrantes, mas estaremos divulgando à medida que as definições ocorrerem”, conta Valdice Gomes, presidenta do Sindjornal e 2ª vice-presidente da FENAJ.

O Congresso de Alagoas está sendo projetado para um público de aproximadamente 700 pessoas – entre delegados dos sindicatos, observadores, estudantes e palestrantes. Esta é a segunda vez que Alagoas sedia o Congresso Nacional dos Jornalistas. A primeira vez foi há 36 anos, quando se realizou o 17º Congresso, em 1978, marcando a retomada da organização nacional da categoria, após o período de recessão imposto pela ditadura militar.

Valdice destaca o ambiente político em que se dará o evento. “Os jornalistas da terra de Zumbi dos Palmares agora receberão os colegas de todo o país num período em que se registra os 50 anos do golpe de 64, infelizmente apoiado pelos grandes veículos de comunicação naquele período”, dispara. “E como outros setores da sociedade brasileira, tivemos muitos colegas torturados, desaparecidos e mortos. Por isso é fundamental refletir sobre o jornalismo, o jornalista e a democracia neste momento de mobilização nacional pelo resgate da memória, verdade e justiça”, completa.

Estão previstos na programação do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas seis painéis, quatro rodas de conversa, e seis oficinas. Também durante o evento será realizado o 1º Encontro Nacional de Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira), reunindo representantes das Comissões Estaduais de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) e e uma reunião ampliada da Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas (instituída pela FENAJ), com as comissões estaduais instituídas pelos sindicatos.

Inscrições abertas
Quem pretende participar do 36º Congresso Nacional dos Jornalistas na condição de observador (jornalistas, professores de Jornalismo ou estudantes não delegados) já pode fazer a inscrição no site do congresso. Nele há informações gerais sobre preços e sobre a organização do evento.

As inscrições de delegados – eleitos pela categoria para representá-la, com direito a voz e voto – só poderão ser feitas pelos sindicatos, após a realização de assembleia ou congresso estadual ou regional para escolha desses representantes. O prazo para a realização dos congressos ou assembleias com esse fim vai até 9 de março. Por isso, o prazo para inscrição de delegados, assim como o envio de teses dos sindicatos, só será aberto no dia 6 de janeiro de 2014, encerrando-se em 10 de março. O encerramento do prazo a um mês do evento é para que a FENAJ possa se organizar na sintetização das teses apresentadas, que serão a base das plenárias.

Fonte: FENAJ

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ONU cria o Dia de Combate a Crimes contra Jornalistas

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou nesta terça-feira, 26 de novembro, uma resolução sobre a segurança dos jornalistas e a criação do Dia Internacional contra a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, a ser comemorado anualmente em 2 de novembro, data em que foram mortos os jornalistas Ghislaine Dupont, 57 anos, e, Claude Verlon,  55 anos, da Rádio França Internacional. Eles foram seqüestrados após  realizarem uma entrevista em  Kidal, no Norte do Mali.

– 89 jornalistas foram mortos no exercício das suas funções em 2012, e este foi o ano mais letal para os profissionais de imprensa desde 1995, quando a ONG Repórteres Sem Fronteiras(RSF) começou a publicar o seu ranking anual. Desde o início de 2013, 52 jornalistas foram mortos no exercício das suas funções, declarou o jornalista Christophe Deloire, diretor da RSF.

O anúncio da aprovação das medidas foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Laurent Fabius.

-Pela defesa do direito de informar e de ser informado, é preciso apoiar firmemente a profissão do jornalista e ser rigoroso quando ocorrem ataques e crimes, declarou Fabius.

Violência

Em dezembro de 2006, a ONU aprovou a resolução 1738 que condena os ataques contra profissionais da comunicação social em situações de conflito armado. Já a medida aprovada nesta terça-feira, 26 de novembro, na Assembléia Geral das Nações Unidas, condena todos os ataques e violência contra jornalistas e profissionais de imprensa em situações de conflitos armados ou não, e evidencia o importante papel de todos os autores da informação.

A iniciativa enfatiza as obrigações dos Estados na prevenção da violência, nomeadamente através da apresentação dos responsáveis à justiça e apela aos Estados-Membros a adotarem iniciativas de prevenção e combate à violência contra jornalistas.

Para o diretor da RSF, a segurança dos jornalistas “é um pré-requisito essencial para fazer avançar a liberdade de expressão, a democracia, o desenvolvimento social e a paz.”

– A resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU escolheu uma data simbólica para o Dia Internacional Contra a Impunidade. Deste modo a ONU envia uma mensagem forte àqueles que perseguem os jornalistas, enfatizou Christophe Deloire.

Massacre

Vale lembrar que o Dia Internacional contra a Impunidade, outra data relacionada a casos de assassinatos de jornalistas, é lembrado no dia 23 de novembro, data do Massacre Ampatuan, nas Filipinas, ocorrido em 2009, quando 53 pessoas foram assassinadas, dentre as quais 32 profissionais de imprensa.

Fonte: Claudia Souza  com informações da PNN Portuguese News Network

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Senado aprova o fim do voto secreto nos processos de cassações de mandatos

Após mais de três horas de intensos debates e manobras regimentais, o plenário do Senado decidiu ontem que os parlamentares terão de revelar seu voto na análise de cassações de mandato e de vetos presidenciais no Congresso Nacional. Nessa votação, ao todo 58 senadores foram favoráveis ao voto aberto para essas duas modalidades e apenas quatro foram contrários. Eram necessários pelo menos 49 votos para a proposta de emenda à Constituição (PEC) passar.

O texto aprovado seguirá para a promulgação no Congresso, em data não marcada. A emenda constitucional vai atingir os condenados no processo do mensalão que, futuramente, serão alvo de processos de perda de mandato parlamentar: os deputados federais José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT).

O Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), havia avisado que não colocaria qualquer processo de perda de mandato em votação secreta, derrubada ontem. Os senadores, no entanto, decidiram manter secreta a análise de autoridades indicadas pelo Poder Executivo. Também foi rejeitada uma emenda que discutia a amplitude da medida, isto é, se ela valeria somente para o Congresso ou para os poderes Legislativos estaduais, municipais e no Distrito Federal. O Senado vai analisar o que fazer com essas duas situações: se vão voltar para a Câmara dos Deputados ou ir para o arquivo.

A decisão de rejeitar uma PEC do voto aberto irrestrito tinha um objetivo indireto: manter secreta a votação para se eleger as Mesas Diretora da Câmara e do Senado, matéria atualmente regulada pelo regimento interno de cada uma das Casas Legislativas. Senadores enxergaram na medida uma forma de o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), garantir sua reeleição em fevereiro de 2015.

Por mais de duas horas, senadores travaram em plenário uma batalha regimental. O líder do PSB do Senado, Rodrigo Rollemberg (DF), que pretendia acabar com o voto secreto para todas as modalidades, argumentou que, com base no regimento, no segundo turno de votação de uma PEC, não seria possível apreciar separadamente cassações, vetos ou indicações. O presidente do Senado, contudo, rejeitou o pedido do líder socialista, o que levou a um intenso debate em plenário.

Fonte: Tribuna da Bahia

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