ABI BAHIANA

ABI lamenta a morte do documentarista Roberto Gaguinho

A cerimônia de cremação acontece hoje, às 15 horas, no Cemitério Campo Santo. A ABI lamenta a perda e se solidariza com familiares, amigos e colegas de profissão. Natural de São Félix (BA), no Recôncavo, Paulo Roberto Eloy Costa morreu aos 78 anos, em Salvador.

Quando a Associação Bahiana de Imprensa (ABI) exibiu há dois anos o documentário sobre o jornalista João Carlos Teixeira Gomes (o Joca), não esperava que seria a última oportunidade de parceria com o cineasta Roberto Gaguinho, sócio da entidade. A Implacável, como costumava dizer o saudoso crítico de cinema André Setaro – em referência a Ingmar Bergman em ‘O sétimo selo’ (Det sjunde inseglet, 1956) –, “não perdoa ninguém”, e levou o querido documentarista neste domingo (08/03). A cerimônia de cremação acontece hoje, às 15 horas, no Cemitério Campo Santo. A ABI lamenta a perda e se solidariza com familiares, amigos e colegas de profissão.

Natural de São Félix (BA), no Recôncavo, Paulo Roberto Eloy Costa morreu aos 78 anos, por complicações de saúde. Além da sua contribuição ao cinema, ele atuou como fotógrafo, com passagens por A Tarde, Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia, TVE, e editava o Jornal da Ilha. Em 2005, Roberto Gaguinho foi convidado para produzir o primeiro volume da série “Memória da Imprensa Baiana”, por iniciativa do jornalista e então diretor da ABI, Agostinho Muniz. O projeto comemorava os 75 anos da ABI e trouxe o depoimento do jornalista Jorge Calmon (1915-2006), lendário baiano que dirigiu A Tarde em toda a metade do século XX e nos primeiros anos do século XXI. No segundo volume, lançado em 2018, Roberto Gaguinho assinou pesquisa, roteiro e direção do filme “João Carlos Teixeira Gomes: A luta pela liberdade de expressão”, uma obra de 50 minutos que registra do poeta, jornalista, ensaísta, crítico e professor.

Na época do lançamento do filme sobre Joca, Roberto Gaguinho disse em entrevista ao jornalista Lício Ferreira, da Tribuna da Bahia, que estava sendo “um prêmio para ele produzir os documentários”. O cineasta declarou que sempre esteve “preocupado com a memória da Bahia”. “Para realizar esses dois documentários de Jorge Calmon e Joca realizei longas pesquisas e acredito que o resultado final deixou a todos satisfeitos”, afirmou.

Prêmio – Na década de 70, com o Brasil imerso nos seus anos de chumbo, com a ditadura Médici, o cinema baiano se encontrava numa calmaria imensa. Gaguinho testemunhou o surgimento das jornadas baianas a partir de 1972, contribuindo para ativar o ânimo dos cineastas baianos. Em 2003, nos trinta anos da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, ele recebeu o Prêmio Diomedes Gramacho, pelo vídeo “Cid Teixeira, A Enciclopédia da Bahia”. Na ocasião, foram comemorados os 30 anos da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD) e os 30 anos da existência do cinema de animação na Bahia.

publicidade
publicidade