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Estado Islâmico vende, crucifica e enterra crianças vivas no Iraque, diz ONU

A cada dia surgem novas informações sobre o vasto leque de atrocidades cometidas pelos terroristas do Estado Islâmico (EI). Nesta quarta-feira (4), a Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou mais barbáries contra crianças iraquianas sequestradas: elas são vendidas em mercados como escravas sexuais e muitas são mortas, crucificadas ou enterradas vivas, segundo o Comitê das Nações Unidas para os Direitos da Criança. Meninos iraquianos menores de 18 anos estão sendo cada vez mais usados pelo grupo radical como homens-bomba, fabricantes de bomba, informantes ou escudos humanos para proteger instalações contra ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos.

O organismo da ONU denunciou “a matança sistemática de crianças pertencentes a minorias religiosas e étnicas cometida pelo assim chamado Estado Islâmico, incluindo vários casos de execuções coletivas de meninos, assim como relatos de crianças decapitadas, crucificadas e enterradas vivas”. “Realmente estamos profundamente preocupados com a tortura e o assassinato dessas crianças, especialmente daquelas que pertencem a minorias, mas não só elas”, afirmou Renate Winter, especialista do comitê, em boletim à imprensa. “A abrangência do problema é enorme.”

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Crianças da seita yazidi ou de comunidades cristãs, mas também xiitas e sunitas, têm sido vítimas, disse ela.  “Temos tido relatos de crianças, especialmente crianças com problemas mentais, que foram usadas como homens-bomba, muito provavelmente sem sequer entender a situação”, declarou Winter à agência Reuters. “Foi publicado um vídeo (na internet) que mostrava crianças de muito pouca idade, aproximadamente 8 anos ou mais novas, sendo treinadas para serem soldados.”

Um grande número de crianças foi morto ou ficou seriamente ferido durante ataques aéreos ou bombardeios das forças de seguranças iraquianas e outras morreram de “desidratação, inanição e calor”, afirma a entidade. O Estado Islâmico cometeu “violência sexual sistemática”, inclusive “o sequestro e a escravização sexual de crianças”.  “Crianças de minorias têm sido capturadas em vários lugares… vendidas no mercado com etiquetas, etiquetas de preço nelas, foram vendidas como escravas”, disse Winter.

O Estado Islâmico declarou um califado islâmico em partes da Síria e do Iraque em meados do ano passado e já matou e expulsou de casa milhares de pessoas. Na terça-feira, o grupo divulgou um vídeo que mostra um piloto jordaniano capturado sendo queimado vivo. Os 18 especialistas independentes que elaboraram o relatório pediram às autoridades iraquianas que adotem todas as medidas necessárias para “resgatar as crianças” sob o controle do grupo militante e processar os perpetradores dos crimes.

*Informações da Reuters (via Estadão) e da revista Veja.

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