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ABI oficializa doação do acervo de Berbert de Castro

A Associação Bahiana de Imprensa – ABI realizou, na manhã desta quarta-feira (12), uma cerimônia para formalizar a doação do acervo do jornalista, comentarista e cinematógrafo José Augusto Berbert de Castro, falecido em 2008. A assinatura do termo aconteceu durante a reunião mensal da ABI. A solenidade foi simultânea a uma mostra de acervos que compõem o Museu de Imprensa da ABI: João Falcão, Walter da Silveira, Fernando Rocha, Jorge Calmon e a “Exposição Berbert de Castro”. A última segue montada até o dia 21 de setembro, pois integra a programação do Museu de Imprensa da ABI durante a Primavera dos Museus.

O presidente da ABI, Walter Pinheiro, ressaltou a importância do gesto e agradeceu a doação feita pela família de Berbert. “Existe uma preocupação com a preservação deste material. Temos a certeza do seu valor e queremos ampliar a possibilidade de acesso”, afirmou. “É um dia marcante para nossa ABI, visto que oficializamos o ingresso de importantíssimo acervo”. Pinheiro destacou a presença de Kátia Silveira, filha de Walter da Silveira, cuja doação feita em 2015 também “enriquece sobremaneira o acervo da ABI”.

Liliana Berbert, filha de Berbert de Castro, representou a família e expressou sua satisfação com a entrega de cerca de 500 itens do pai, lembrando da relação do jornalista com a associação. “Ele trabalhou durante muito tempo aqui na ABI, principalmente na época de Afonso Maciel. Tinha a maior dedicação, gostava do que fazia, era grato à ABI. Com o falecimento dele, a família resolveu doar o acervo. Lá, não tínhamos condições de conservar os arquivos e objetos. Eu fiquei muito satisfeita, muito feliz. Tenho mais itens e vou trazer”, afirmou Liliana, que esteve acompanhada por Marta Lopes Pontes, sobrinha de Berbert.

Acervo

Cerca de 500 itens compõem o acervo doado – Foto: ABI

O acervo cedido pela família é composto por quase 500 itens, entre medalhas de honra ao mérito, cds e artigos publicados no jornal A Tarde, nos mais de 50 anos de atuação de Berbert de Castro como colunista. O destaque fica por conta dos mais 470 livros raros, a maioria recebida como presentes de viagem de seu amigo Jorge Amado.

“São, em sua maioria, biografias de cineastas, atores, atrizes e diretores, como Alfred Hitchcock, Anthony Quinn, Brigitte Bardot, Charlie Chaplin, biografia das pessoas da época de Hollywood, Liz Taylor, Frank Sinatra. Títulos como a “Filmographie Mondiale de la Révolucion Française”, de 1989, todos dentro desse nível, material riquíssimo”, afirma Valésia Oliveira, bibliotecária da ABI.

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Segundo Valésia, a importância e raridade do acervo são notórias, pois não foram encontrados exemplares, em sua pesquisa, dos títulos recebidos pela ABI em outras instituições de salvaguarda. Além das excelentes condições de conservação, os livros se apresentam no idioma em que foram escritos originalmente, muitos deles com dedicatórias de seus autores. “Em alguns títulos serão realizados pequenos restauros, outros vieram ótimos, em condições de pesquisa e consulta nas dependências da biblioteca”, disse.

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*Estagiário da ABI sob a supervisão de Joseanne Guedes

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ABI recebe acervo do jornalista Berbert de Castro

A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) recebeu a doação de centenas de livros, quadros, prêmios de imprensa e documentos que pertenceram ao jornalista baiano José Augusto Berbert de Castro. O acervo, que foi doado pelos familiares do jornalista, já se encontra na ABI. Berbert de Castro faleceu em 22 de julho de 2008, aos 82 anos.

Para que os livros sejam disponibilizados para consulta, é imprescindível que passem por um processo de quarentena – período necessário para que reagentes químicos façam o controle de pragas. Segundo a bibliotecária da ABI, Valésia Vitória, e a museóloga Renata dos Santos, só após este período serão higienizados, restaurados (caso necessário), e acondicionados.

De acordo com Ramiro Senna Berbert de Castro, filho de Berbert, o acervo precisava ser doado para uma instituição que não só pudesse cuidar de todo o material, mas que colocasse à disposição de estudantes e pesquisadores. “A população e os profissionais da área vão poder ter acesso aos livros através da biblioteca da ABI. O acervo estava guardado, sem uso, e já sofria por causa disso. Por isso eu e minha irmã Liliana Senna Berbert de Castro decidimos que o melhor lugar para fazer a doação seria a ABI, entidade da qual ele foi membro por muitos anos”, disse.

Ramiro ainda destacou o apego que Berbert tinha pelos livros. “A cada viagem que o amigo dele, o escritor Jorge Amado fazia, ele trazia oito, dez exemplares. Ele comprava e presenteava meu pai. Ou seja, os livros tinham um valor muito grande pra ele”, completou.

Referência

O valor do acervo foi ressaltado pela professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Izabel de Fátima Cruz Melo. Para ela, o material é uma importante fonte de informação para os estudiosos de cinema. “O acervo composto por livros e revistas tem um valor inestimável. Berbert foi um crítico, ou como ele mesmo diria, um comentarista sobre cinema. Ele teve muito material e pra quem pesquisa cinema, ter acesso a esse material é importante”, disse.

Ainda de acordo com Izabel de Fátima, que atualmente faz doutorado em Meios e Processos Audiovisuais, na Universidade São Paulo (USP), há um ganho pra ABI em termo de acervo e de reconhecimento. “A ABI é um lugar de referência pro jornalismo e para a história do cinema na Bahia. Pra nós pesquisadores esse material significa muito”.

Biblioteca de Comunicação

Depois do processo de quarentena e restauração, o acervo vai ser disponibilizado para estudantes, pesquisadores e para o público em geral na Biblioteca de Comunicação Jorge Calmon, que funciona na sede da ABI, localizada no Edifício Ranulfo Oliveira, 2º andar, Praça da Sé . A biblioteca, inaugurada em 1º de setembro de 1972, tem como objetivo incentivar e aprimorar os conhecimentos dos profissionais da área de comunicação.

O espaço dispõe de materiais especializados em teorias da comunicação, jornalismo, semiologia, publicidade e propaganda, marketing, relações públicas, cinema, fotografia, rádio, televisão, além de biografias de atores e cineastas.

Outra parte do acervo do “comentarista de cinema” será incorporada ao Museu da Imprensa, que a ABI pretende reabrir em agosto.

José Augusto Berbert de Castro foi colunista do Jornal A Tarde desde 1956, onde publicou cerca de sete mil artigos sobre cinema. Berbert, além de jornalista, era formado em medicina pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).

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