ABI BAHIANA

NOTA: ABI expressa indignação após incêndios no Museu Nacional e no Centro Histórico de Salvador

A Associação Bahiana de Imprensa – ABI se soma à indignação das demais entidades culturais e científicas do Brasil perante o incêndio que consumiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro e seu acervo de cerca de 20 milhões de itens. Não se pode admitir falar em surpresa para evento de natureza tão previsível, assim como não se pode admitir o mesmo risco que pesa sobre instituições como a Biblioteca Nacional, no mesmo Rio de Janeiro.

Vítimas do corte de verbas para conservação e manutenção, instituições dedicadas à preservação da memória e ao desenvolvimento científico enfrentam crise sem precedentes, e o País não pode tolerar a recorrência de fatos semelhantes, como o incêndio no Instituto Butantã, em 2016, seis anos depois de também o fogo haver consumido grande parte de seu acervo de pesquisas.

A Bahia, guardiã de boa parte da história brasileira, é também parte do descuido nacional para com a preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Autoridades e instituições comprometidas com a cultura e com o futuro do Brasil precisam deixar a letargia e cuidar para que acontecimentos semelhantes não se repitam. Com tantas cidades-museus, começando por Salvador, alertada pelo fogo que atingiu os dois casarões na Baixa dos Sapateiros, enquanto bombeiros ainda fazem o rescaldo das ruínas da Quinta da Boa Vista, a Bahia não pode aguardar a próxima tragédia tão anunciada.

Salvador, 4 de setembro de 2018

Walter Pinheiro

Presidente da ABI

Leia também: 200 anos de história consumidos pelas chamas do descaso

Tragédia anunciada – Considerado Patrimônio Mundial desde 1985, o Centro Histórico de Salvador convive há anos com o abandono e a falta de atenção do poder público. Sua paisagem denuncia o estado dos casarões, marcados por uma linhagem de desprezo e em risco permanente de incêndios, deslizamentos de terra e desabamentos. O trágico incêndio ocorrido na noite desta segunda-feira (3), portanto, não causa estranhamento. Apenas um dia depois de o fogo consumir o Museu Nacional, a história se repete e, desta vez, com risco de confirmação de uma vítima ainda desaparecida: José Hunaldo Moura de Carvalho, 85 anos, é dono de uma das lojas destruídas na Baixa dos Sapateiros.

A situação degradante do Centro Histórico é alvo constante de denúncias por parte de instituições como a Associação Bahiana de Imprensa, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento da Bahia (IAB-BA), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA), o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado da Bahia (Sinarq) e outras. Entre as reivindicações mais frequentes estão a inexistência de uma política de preservação e a demolição de diversos imóveis, alguns sem apresentar risco de desmoronamento.

Em 2014, a ABI e o IGHB realizaram uma série de atividades para chamar a atenção para a região. Em uma delas, as entidades promoveram um abraço simbólico no Palácio Arquiepiscopal, hoje reformado, mas que no período sua notável beleza arquitetônica não conseguia disfarçar o avançado estado de arruinamento. O ato integrou o ciclo “Três novos endereços de Cultura”, com o propósito de reclamar o início da obra de restauração do prédio, monumento da arquitetura religiosa construído na primeira metade do século XVIII e que serviu de residência do arcebispado primaz do Brasil, tendo sido tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938.

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Abertura da Flipelô 2018 terá debate sobre escravidão e liberdade

Ladeiras, casarões e largos do Pelourinho vão pulsar de um jeito diferente entre os dias 8 e 12 de agosto, durante a realização da segunda edição da Flipelô. A festa literária vai movimentar o Centro Histórico da capital baiana, com mesas de debates, bate-papos com crianças, lançamentos de livros, saraus de poesia, programação infantil com contação de história, e diversas atividades lúdicas. A mesa de abertura do evento, às 18h, no Teatro Sesc-Senac, terá como tema “Escravidão e Liberdade”. Em seguida, às 20h, o concerto afro-barroco Flipelô faz as honras do evento sob o comando de Mateus Aleluia e o bonde musical, no Largo do Pelourinho.

O encontro de abertura reunirá a antropóloga Lilia Schwarcz e os historiadores João José Reis e Walmyra Albuquerque. Na ocasião, será feito o lançamento do livro “Dicionário da escravidão e liberdade”, de Lilia Schwarcz e Flávio Gomes (organizadores).

A Flipelô é realizada pela Fundação Casa de Jorge Amado (FCJA) e este ano homenageará o escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, falecido em julho de 2014, aos 73 anos. Autor de clássicos da literatura nacional, João Ubaldo era sócio da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) desde 1980. Além do escritor nascido em Itaparica (BA), a festa também reverencia a escritora Zélia Gattai(1916-2008) e a jornalista e poeta Myriam Fraga (1937-2016). Segundo Angela Fraga, diretora da FCJA, a festa busca promover uma verdadeira ocupação cultural no Centro Histórico.

“A Flipelô traz representatividade e festeja não só os livros e a literatura, como a amizade fraterna entre Jorge e João, e nos leva novamente para o Pelourinho, local tão importante para Jorge. A Flipelô é a prova de que a nossa sociedade gosta e clama por literatura”, afirmou, durante lançamento realizado no último dia 24.

Estrutura – Com 62 horas de programação gratuita e mais de 120 atrações nos cinco dias de evento, a Flipelô deve receber cerca de 50 mil pessoas, que transitarão em 13 espaços do Centro Histórico de Salvador – Largo do Pelourinho, Largo Quincas Berro D´Água, Teatro Sesc Senac, Arena Sesc Senac, Casa 12 (com a livraria oficial do evento – LDM), Casa das Editoras Baianas, Café Teatro Zélia Gattai, Galeria Solar Ferrão, Museu Eugênio Teixeira Leal, Casa 47, Igreja do Rosário dos Pretos, Faculdade de Medicina e Terreiro de Jesus, onde será montado o Espaço Infantil e estarão as bibliotecas móveis.

Além de 122 nomes locais, com escritores como Mabel Velloso, Paloma Amado, Lilia Gramacho, Florisvaldo Mattos e Ruy Espinheira Filho, e artistas como Jackson Costa, Lazzo Matumbi, Juliana Ribeiro, Moraes Moreira e Márcia Short, participam do evento três escritores internacionais. O angolano Gociante Patiss, por exemplo, estará na mesa de debate Com os Pés na África na sexta-feira (10), às 20h, no Teatro Sesc-Senac. A escritora africana Rutendo Tavengerwei, do Zimbábue, recebida será recebida pela historiadora baiana Luiza Reis na quinta (9), às 18h, no Teatro do Sesc-Senac. (Com informações de Naiana Ribeiro para o jornal Correio*)

  • A programação completa da Flipelô pode ser conferida no site www.flipelo.com.br
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Panorama Internacional Coisa de Cinema agita Salvador e Cachoeira

Mais de 1.200 produções foram assistidas pela equipe de curadoria do XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema, para definir as competitivas Nacional de Longas, Nacional de Curtas, Baiana e Internacional. O evento acontece em Salvador e em Cachoeira, de 8 a 15 de novembro, mantendo o formato já consolidado e esperado por um público sedento pelas novidades do cinema independente. A Competitiva Baiana reúne 26 filmes produzidos em Salvador e no interior da Bahia. Nas competições de filmes brasileiros, haverá debate com os realizadores após a maioria das sessões. Os ingressos para as exibições na capital baiana já estão disponíveis para compra. Já em Cachoeira, a entrada é gratuita.

Segundo os idealizadores do projeto, Marília Hughes e Cláudio Marques, “O Cinema no Centro” continua sendo o lema do Panorama. “No centro das nossas vidas e das nossas cidades. Salvador e Cachoeira contam com belíssimos cinemas em seus centros históricos. Com muita alegria, nós vamos ocupar esses cinemas de rua e ver milhares de pessoas caminhando pelas calçadas dos nossos Centros Históricos”, diz texto divulgado pela dupla.

O destaque desta edição serão as homenagens ao cinema nacional. Um dos nomes celebrados será o ator Paulo José, que completou 80 anos em março e fez cerca de 50 filmes ao longo da sua carreira. No dia 11 de novembro, será exibido o documentário “Todos os Paulos do mundo”, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, que debaterá o filme com o público após a exibição. A homenagem inclui ainda a exibição de Macunaíma e O Padre e a Moça, ambos de Joaquim Pedro de Andrade.

O Panorama também irá render homenagens aos cineastas Guido Araújo, Geraldo Moraes e Luiz Paulino dos Santos, todos falecidos este ano. Parte da trajetória de Guido será resgatada com a exibição dos episódios 1 e 5 da série “O Senhor das Jornadas”, dirigida por Jorge Alfredo. A obra de Geraldo estará representada por “A Difícil Viagem” e a de Luiz Paulino por “Índios Zoró – Antes, Agora e Depois?”.

Abertura

Grande vencedor do Festival do Rio e ganhador do Prêmio Especial do Júri do último Festival de Locarno (Suíça), o longa “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, será exibido na abertura festival. A sessão acontece dia 8 de novembro, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, em horário a definir. Estrelado por Marjorie Estiano (melhor atriz coadjuvante no Festival do Rio) e Isabél Zuaa, o filme é uma fábula de horror que revela a força do cinema de gênero no Brasil.

Entre outros filmes, a escolhida pelo júri popular como melhor filme do último Festival de Brasília, a produção baiana “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa, aborda o reencontro transformador de duas antigas amigas. O longa ganhou ainda os Candangos de melhor roteiro e melhor atriz (Valdinéia Soriano). Dezesseis produções da Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais compõem a Competitiva Nacional de Curtas, que inclui o premiado Chico (RJ), de Eduardo Carvalho e Marcos Carvalho.

O cinema realizado em treze países, seja com produções individuais ou em parceria, está representado nos sete longas e 13 curtas da Competitiva Internacional. Entre os longas selecionados estão Rei (Rey), de Niles Atallah, premiado no Festival de Roterdã; e A Ciambra, de Jonas Carpignano, vencedor do Europa Cinemas Label do Festival de Cannes.

SERVIÇO
O que: XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema
Quando: 08 a 15 de novembro
Onde: Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha / Cine Theatro Cachoeirano
Preço: Salvador: R$ 10,00 (inteira)/ R$ 5,00 (meia) avulso – R$ 40,00 passaporte para 10 sessões
Cachoeira: Gratuito

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Centro Histórico recebe programação tradicional neste São João

Com objetivo de valorizar a cultura do Nordeste, uma programação bastante tradicional promete esquentar as noites de São João do Centro Histórico de Salvador. Adelmário Coelho, Virgílio, Cicinho de Assis, Flávio José, Dorgival Dantas e Trio Virgulino são algumas das atrações que vão passar pelos palcos montados no Largo do Pelourinho, Terreiro de Jesus e no Cruzeiro de São Francisco, já a partir desta quinta (22). O festejo gratuito é mais uma alternativa para baianos e turistas que optaram por não viajar para as cidades do interior do estado. O “São João da Bahia”, que acontece também em Paripe (subúrbio ferroviário), segue até sábado (24), com mais de 50 atrações.

E tem forrozeiro já se preparando para a festa, como o cantor e compositor Targino Gondim, que se apresenta no Terreiro de Jesus, no dia 24. Trabalhando e levando o forró e a cultura do povo sertanejo para o País o ano inteiro, o São João tem, para o artista, um valor ainda mais especial.

“Fico sempre muito feliz de ser convidado e fazer parte desta festa em Salvador, porque o São João é o nosso palco, de todos os forrozeiros ligados à tradição. É muito legal quando estamos tocando e sentimos o público também, é um momento de muita alegria para ambos. E o Pelourinho já tem as cores, as luzes, preparado para receber as famílias, e a música vem dar esse toque final”, contou ao jornal Tribuna da Bahia.

Acidente

Nesta terça (20), o palco instalado no Terreiro de Jesus desabou, deixando feridos quatro pessoas que trabalhavam no local. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os trabalhadores estão fora de perigo. Responsável pelo evento promovido pelo Governo do Estado, a Superintendência de Fomento ao Turismo (Bahiatursa)  informou que, após a liberação da perícia técnica, a montagem da estrutura foi retomada.

A previsão é de que a instalação do palco seja concluída até a tarde de hoje (22), o que manterá a programação da festa. “Foram adotadas todas as providências necessárias para garantir a retomada da montagem. A Bahiatursa, solidária, espera a pronta recuperação dos operários que sofreram o acidente”, diz nota divulgada pelo órgão.

*Com informações do jornal Tribuna da Bahia

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