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EI anuncia que queimou piloto jordano vivo. Jordânia responde com enforcamento

A Jordânia enforcou nesta quarta-feira dois jihadistas que estavam detidos no país. É a resposta ao Estado Islâmico, que na terça-feira (3) anunciou ter queimado vivo um piloto jordano e divulgou um vídeo com a sua morte. As imagens macabras divulgadas pelo EI, que age na Síria e no Iraque, mostram a execução do piloto dentro de uma jaula. A Jordânia confirmou a morte do refém, segundo veiculado pela TV estatal. Ela teria ocorrido há um mês, no dia 3 de janeiro. Sajida al-Rishawi, uma mulher iraquiana que o Estado Islâmico propôs que fosse trocada pelo piloto e por um jornalista japonês, foi executada por enforcamento, tal como Ziyad Karboli, um operacional iraquiano da Al-Qaeda.

Ambos haviam sido presos depois dos atentados contra hotéis de Amã que fizeram 60 mortos em 2005: Karboli foi acusado de ser um dos conspiradores do ataque, o pior de sempre na Jordânia; Rishawi foi a única dos quatro bombistas suicidas cujos explosivos não deflagraram. Os dois já tinham sido condenados à morte “A resposta da Jordânia será firme, terrível e forte”, dissera na televisão pública o ministro da Informação, Mohammad Momani. “Os que duvidavam da barbárie da organização Estado Islâmico, aqui está a prova, e os que duvidavam da unidade dos jordanos, vamos provar-lhes o contrário.” As execuções foram confirmadas por Mohammed al-Momani, igualmente porta-voz do Governo jordano.

A Jordânia, que faz parte da coligação contra o autoproclamado Estado Islâmico liderada pelos Estados Unidos, tinha prometido responder à morte do piloto Muath al-Kasasbeh, capturado em dezembro depois de o seu F-16 se ter despenhado na cidade de Raqqa, no Norte da Síria. Kasasbeh era o único militar da coligação que iniciou as suas operações em Julho nas mãos dos jihadistas.

O governo jordano tentou assegurar a liberação do refém em troca de Rishawi. A possibilidade de troca foi levantada pelo próprio Estado Islâmico em um vídeo divulgado no dia 24 de janeiro, no qual era anunciada a execução de um dos reféns japoneses que estava nas mãos dos jihadistas, Haruna Yukawa. O outro refém, Kenji Goto, aparecia segurando uma foto do compatriota decapitado e dizendo que os terroristas não queriam mais dinheiro, mas a libertação da terrorista. As negociações não avançaram porque a Jordânia exigia uma prova de que o piloto estivesse vivo. No último sábado (31), o EI divulgou um vídeo que termina com o corpo de Kenji Goto no chão, com a cabeça nas costas.

Leia também: Estado Islâmico divulga vídeo com execução de jornalista japonês

O Presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu que “a coligação internacional tem de dobrar a vigilância e a determinação para garantir que [os jihadistas] eles são enfraquecidos e finalmente derrotados”. O xeque Ahmed al-Tayeb, grande imã da Al-Azhar, a mais importante instituição do islão sunita, “condenou vivamente” o assassínio do piloto jordano, “um ato terrorista vil que merece a punição mais severa prevista no Corão: a morte, por crucificação ou a amputação das suas mãos e pés”.

*Informações do Público e do G1.

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Estado Islâmico divulga vídeo com execução de jornalista japonês

O governo do Japão chamou neste domingo (1º) de “odiosa e desprezível” a suposta decapitação do segundo refém japonês, o jornalista freelance Kenji Goto (47), sequestrado na Síria pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), ao mesmo tempo em que a Jordânia afirmou que fará “todo o possível” para salvar e libertar seu piloto sequestrado. O EI divulgou, no último sábado, imagens por meio de seu órgão de propaganda, Al Furqan, nas quais Goto aparece ajoelhado, vestido com um macacão laranja, enquanto um homem encapuzado posicionado atrás do refém culpa o governo japonês por sua morte. O vídeo termina com uma foto do corpo no chão, com a cabeça nas costas.

Segundo o observatório de páginas de extremistas SITE, o carrasco seria o homem que ficou conhecido como ‘Jihadi John’, devido ao sotaque do sul da Inglaterra, que já protagonizou vídeos de outras decapitações do EI. “Vocês, assim como seus tolos aliados da coalizão satânica, ainda precisam entender que nós, pela graça de Alá, somos um califado islâmico com autoridade e poder, um exército inteiro sedento de seu sangue”, afirma o integrante do EI no vídeo. Em seguida, ele se dirigiu diretamente ao premiê japonês, Shinzo Abe. “Por causa de sua decisão irresponsável de participar desta guerra invencível, esta faca não irá apenas sacrificar Kenji, mas também vai continuar a causar carnificina onde quer que seu povo esteja. Então, que comece o pesadelo para o Japão”, afirmou.

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O grupo jihadista anunciou na semana passada a execução de um primeiro refém japonês, Haruna Yukawa, capturado em agosto na Síria, pelo qual havia solicitado um resgate de 200 milhões de dólares. Goto tentava localizar o compatriota quando foi sequestrado. Os jihadistas não mencionaram no vídeo o piloto jordaniano Maaz al-Kasasbeh, que também ameaçaram matar, na gravação anterior, caso a Jordânia não libertasse uma jihadista iraquiana condenada à morte por participar em uma onda de atentados em 2005.

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Goto, de 47 anos, era repórter veterano em cobertura de guerra – Foto: Reprodução

Junko Ishido, a mãe de Goto, reagiu à notícia com muita tristeza. “É lamentável, mas Kenji se foi. Não posso encontrar palavras diante desta morte triste… Pensava que talvez retornasse. Mas chegou este anúncio… Eu desejava que retornasse vivo, mas isto nunca poderá acontecer. Realmente lamento”, declarou ao canal NHK.

Além dos dois japoneses, o EI reivindicou desde meados de agosto a execução de cinco reféns ocidentais: os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, o trabalhador humanitário americano Peter Kassig e outros dois voluntários britânicos, David Haines e Alan Henning, todos sequestrados na Síria.

Reação internacional

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou o “assassinato selvagem de Kenji Goto, que destaca a violência que muitos sofrem no Iraque e na Síria”. Neste domingo, o Conselho de Segurança da ONU também “condenou este assassinato odioso e covarde”. “Este crime é mais uma advertência sobre os perigos crescentes que os jornalistas e outras pessoas enfrentam diariamente na Síria”, destacou.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o “odioso assassinato” do refém japonês em um comunicado. O presidente francês, François Hollande, também repudiou “com a maior firmeza” o “assassinato brutal” do jornalista. “A França é solidária com o Japão. Os dois países continuarão trabalhando juntos pela paz no Oriente Médio e para eliminar os grupos terroristas”, afirma em um comunicado. O primeiro-ministro britânico David Cameron também criticou, em nota, a “desprezível” e “assustadora” execução de Goto. “É outra advertência de que o EI é a encarnação do mal, sem respeito pela vida humana”, disse. A chanceler alemã Angela Merkel chamou o ato de “desumano e odioso”.

*Informações da AFP e Globo News.

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Seis são torturados por dia no Brasil, diz HRW. PM ainda não sabe lidar com protestos

O relatório anual da ONG Human Rights Watch (HRW) revelou que diariamente seis pessoas são vítimas de tortura no Brasil. A maioria delas, 84%, estão em penitenciárias, delegacias e unidades de internação de jovens. Os dados divulgados como um capítulo do relatório mundial da entidade, são baseadas nas denúncias recebidas pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. De janeiro de 2012 a junho de 2014 foram relatados 5.431 casos de tortura. O levantamento – que critica o alto índice da letalidade policial – chega no momento em que a Polícia Militar demonstra que, dezoito meses após o ‘junho de 2013’, ainda não sabe lidar com protestos sociais.

Na última terça-feira (27), a estação de metrô da Faria Lima mergulhou no caos, quando parte do grupo que havia participado da manifestação contra o aumento da tarifa, foi em direção à entrada do metrô para fazer um “catracaço”. Na tentativa de impedir o ato ilegal, a PM atirou bombas de efeito moral dentro da estação. Na estação, além dos manifestantes, estavam trabalhadores que voltavam para casa,  crianças. Tudo ficou tomado por gás e fumaça. O pânico se instaurou. Intoxicados pelo gás das bombas e assustados por não saber o que acontecia, os passageiros entraram em choque, muitos choraram, gritaram, achando que o local estava pegando fogo. Alguns, que nunca haviam sofridos os efeitos de uma bomba dessas, achavam que seus corpos estavam queimando, por causa da reação similar provocada pela aspiração do gás.

PM reprime protesto em São Paulo_Foto Nacho Doce_Reuters
Foto: Nacho Doce/Reuters

A cena, de acordo com especialistas, reflete o despreparo da polícia de São Paulo para lidar com manifestações populares, mesmo um ano e meio depois de conviver com elas de maneira mais ou menos frequente após os protestos de junho de 2013. “A polícia não segue um procedimento operacional padrão e tem normas que parece que não estão sendo usadas nessas manifestações. É inadmissível, por exemplo, jogar bombas no metrô”, diz Marcos Fuchs, diretor adjunto da ONG Conectas, de Direitos Humanos. “A sensação que se tem é que o manifestante está indo para um combate.”

De acordo com a ONG, a violência se replica na repressão aos protestos sociais. Um exemplo disso seria na prisão ou na agressão contra jornalistas. Um levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo concluiu que 178 jornalistas que cobriam as manifestações de 2013 e 2014 foram presos ou feridos. Houve ainda um caso de homicídio, o do cinegrafista Santiago Andrade, morto no Rio após ser atingido por um rojão.

A polícia define sua atuação no metrô, na terça, como “uso moderado dos meios necessários para a manutenção da ordem pública e segurança coletiva”. “A Polícia Militar esclarece que na data de 27/01, ao final do 5º ato contra a tarifa, promovido pelo MPL, ocorreu a quebra da ordem pública na Estação Faria Lima – Linha Amarela – em frente às suas catracas. Manifestantes mascarados, além de impedirem o embarque dos passageiros, dispararam rojões, tacaram (sic) pedras e barras de aço contra o efetivo policial-militar e seguranças do metrô, obrigando o uso moderado dos meios necessários para a manutenção da ordem pública e segurança coletiva”, diz o texto da nota, em resposta aos questionamentos sobre sua forma de agir.

Para Bernardo Wahl, professor especialista em segurança interna e militarização da FAAP, a repressão policial que ele considera desproporcional pode ser uma estratégia estabelecida pelo Estado para desestimular as manifestações. “Eu acredito que há certa desproporcionalidade, mas ao mesmo tempo, o Estado quer evitar que as manifestações deste ano tomem as mesmas proporções que tomaram em 2013”, diz.  “Acredito que o cenário está criado e há possibilidades dessas manifestações crescerem”, afirma o professor, referindo-se à falta d’água, apagão elétrico e a economia estagnada.

*As informações são de Afonso Benites e Marina Rossi para o El País.

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México confirma morte dos 43 estudantes sequestrados em Iguala. Famílias contestam versão

O Governo do México acaba de oficializar a morte dos 43 estudantes de uma escola de magistério rural (ou “normalista”) que no fim de setembro desapareceram na localidade de Iguala, no estado de Guerrero. De acordo com as autoridades mexicanas, os jovens teriam sido sequestrados e posteriormente assassinados por elementos do principal gangue do narcotráfico da região. No entanto, os familiares dos estudantes da escola de Ayotzinapa “repudiam e rejeitam as teorias do procurador” e exigem que as investigações prossigam até ser apurada toda a verdade. “Vamos manter a nossa luta até às últimas consequências. Para nós, nada está demonstrado”, reagiram os pais dos normalistas, acusando o Governo mexicano de querer encerrar o caso por razões eleitorais.

As autoridades decidiram encerrar a investigação do caso e declarar o óbito dos estudantes – que até agora estavam dados como desaparecidos – após a detenção de Felipe Rodríguez Salgado, conhecido como El Cepillo ou El Terco, que já tinha sido apontado por vários membros do grupo Guerreros Unidos como o homem que se encarregou da operação de matança dos jovens normalistas.

“O chefe Chucky ligou-me a dizer que me iam entregar duas encomendas de detidos, e que eram de Los Rojos [um grupo rival de narcotraficantes]. (…) Eram entre 38 e 41, não os contei, alguns vinham amarrados e outros feridos e ensanguentados. (…) Ao chegar à lixeira de Cocula, tiramos os estudantes das camionetas. (…) Depois mandei El Pato tratar deles, e ele alinhou-os e começou a matá-los com tiros na nuca”, explica El Cepillo numa confissão escrita, que foi divulgada pelo Procurador-geral do México, Jesús Murillo Karam.

O terrível destino dos estudantes já era conhecido há meses, quando a imprensa começou a divulgar os detalhes das confissões que permitiram reconstituir os factos – e definitivamente acabar com as especulações (e as esperanças) de que os jovens pudessem estar vivos. “Foram privados de liberdade, privados da vida, incinerados e [as cinzas] atiradas ao rio. Por esta ordem. Essa é a verdade histórica dos factos, a verdade que terá validade jurídica perante os órgãos jurisdicionais”, declarou Jesús Murillo Karam.

Acompanhado pelo director da Agência de Investigação Criminal, Tomas Zerón, o procurador apresentou na terça-feira o balanço das investigações: 99 detidos, 386 declarações, 483 relatórios periciais, 95 telemóveis escutados… Todas essas diligências resultaram na obtenção de “provas contundentes” e suficientes para confirmar a veracidade da primeira reconstituição avançada em Novembro pelo mesmo Murillo Karam.

*Informações do Público (Pt).

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