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Novo manual de redação da Folha aborda comportamento dos jornalistas nas redes sociais

Uma das novidades do novo manual de redação do jornal Folha de S.Paulo é uma seção dedicada ao comportamento dos jornalistas nas redes sociais. A publicação faz parte da comemoração pelos 97 anos do jornal e traz novidades no conteúdo e no projeto gráfico. Segundo o Observatório da Imprensa, material de divulgação enviado à imprensa informa que a elaboração do manual levou mais de dois anos e se guiou pelas transformações sociais e comportamentais dos últimos tempos, além das que se impuseram com a difusão da internet.

Em caderno especial sobre o manual publicado na edição de domingo (18) da Folha, uma reportagem chama atenção para os cuidados éticos que os profissionais do jornalismo devem ter nos seus perfis públicos.

Atitudes como usar informação privilegiada para obter vantagens pessoais ou escrever sobre instituições nas quais tem interesse figuram como proibidas. Já aspectos como responder com agilidade e educação às manifestações dos leitores e deixar claro aos entrevistados os motivos da reportagem são incentivados. Ainda no caderno especial, a Folha uma matéria intitulada “O que a Folha pensa” elencou a opinião do jornal sobre temas da atualidade.

As questões relativas ao texto ocupam dois capítulos. Estilo trata de aspectos de organização da escrita, hierarquização do texto, verificação se todos os lados estão contemplados na abordagem. As regras gramaticais foram reunidas no capítulo “Língua Portuguesa”.

Outros capítulos novos são “Ciência e ambiente”, “Educação”, “Tecnologia” e “Poder Executivo”, que se somam aos anexos “Economia”, “Matemática e estatística”, “Religiões”, “Saúde”, “Poder Legislativo” e “Poder Judiciário”. O livro traz ainda a versão mais recente do Projeto Editorial do jornal, de 2017, precedida por uma lista de doze princípios.

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Circulação de jornais diários do Brasil segue em declínio

portal Poder 360 concluiu, a partir de dados levantados junto ao Instituto Verificador de Circulação (IVC), que a circulação impressa dos 11 principais jornais diários do Brasil segue em declínio. De acordo com a análise, a tiragem média diária foi de 736,3 mil exemplares em dezembro de 2017. O valor representa uma redução de 146,9 mil exemplares em relação ao mesmo período em 2016. Se comparado a dezembro de 2014, a queda é ainda mais acentuada, de 41,4%, ou 519,9 mil impressos a menos.

O levantamento do IVC considerou os jornais A Tarde (BA), O Estado de S.PauloFolha de S.Paulo e Valor Econômico (SP), O Globo (RJ), Estado de Minas e Super Notícia (MG), Zero Hora (RS), Correio Braziliense (DF), O Povo (CE), além da Gazeta do Povo (PR), que extinguiu sua versão impressa diária em 2017.

De acordo com o ranking, o jornal de maior tiragem no país, o Super Notícia, com uma média de 156,5 mil exemplares diários no final de 2017, perdeu mais de 127,5 mil unidades desde dezembro de 2014. Outro que reduziu significativamente seu volume em circulação foi a Folha de S.Paulo, que caiu para 121 mil exemplares diários, uma perda de 90,9 mil unidades. Seu principal concorrente, O Estado de S. Paulo, tirou de circulação 48,7 mil jornais desde 2014, fechando com 114,5 mil impressos por dia em 2017.

A circulação média diária de O Globo foi de 130,4 mil exemplares diários no ano passado, uma queda de 74,3 mil em relação a 2014. Já o Zero Hora perdeu 63,3 mil unidades no período e encerrou o último ano com uma tiragem diária de 100,9 mil exemplares.

Versões digitais

Quando se leva em conta as assinaturas digitais pagas dos nove grandes jornais brasileiros (os dados não incluem a Gazeta do Povo e O Povo), o crescimento médio foi de 5,8% – ou 31,7 mil assinantes online. A Folha de S.Paulo lidera esse ranking com 164,3 mil assinaturas digitais pagas, mas ganhou somente 5,2 mil novos assinantes nos últimos três anos. No mesmo período, o número de assinaturas online de O Estado de S. Paulo subiu de 74,1 mil para 88,7 mil.

Quem mais cresceu em volume de assinantes digitais foi o Zero Hora, que saltou de 37,7 mil para 80,1 mil no último triênio. Já O Globo, que fechou o ano com 112,9 mil assinaturas online pagas, perdeu mais de 35,4 mil assinantes nesta plataforma. (Informações do Portal IMPRENSA)

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Salvador sedia debate sobre mulher na fotografia brasileira contemporânea

Discutir a participação da mulher no cenário atual da fotografia brasileira a partir de um recorte baiano. Esse é o foco do debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea – Fotojornalismo, movimentos e mercado”, que acontecerá na Caixa Cultural Salvador, nesta quarta-feira (24), a partir das 15h, dentro da Exposição World Press Photo.

De acordo com dados do Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), as repórteres fotográficas são minoria nas redações dos veículos impressos de Salvador, mesmo sendo o jornalismo baiano composto por cerca de 60% de mulheres.

Com entrada gratuita, o evento contará com a participação de Manuela Cavadas (fotógrafa e videomaker), Margarida Neide (fotógrafa do A Tarde e diretora do Sinjorba), Rosa Bunchaft (fotógrafa independente), Shirley Stolze (fotógrafa freelancer) e Sora Maia (editora de fotografia do Correio*). Durante o debate, serão abordadas as influências, formação, inserção e desafios do mercado de trabalho, organizações e coletivos, além das perspectivas para o futuro das mulheres na área.

SERVIÇO
Debate “A mulher na fotografia brasileira contemporânea”
Dia: 24/01 às 15h
Valor: Gratuito
Onde: Caixa Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57 – Centro)

*Informações do site Aldeia Nagô e do Bahia Notícias

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Mapeamento inédito do jornalismo brasileiro revela “deserto de notícias”

Em um momento de mudanças de paradigmas e de emergência da ideia de pós-verdade, é necessário se voltar a perguntas básicas, como: para que servem as notícias locais ou regionais? Como elas se relacionam com uma noção mais ampla de cidadania? Para ajudar a entender a configuração do jornalismo no país, a edição especial do Observatório da imprensa traz um mapeamento inédito do jornalismo em todo território brasileiro. Criado como um banco de dados aberto ao público a ser atualizado anualmente, o Atlas da Notícia revelou que mais de quatro mil municípios vivem em deserto de notícias, desprovidos de qualquer cobertura jornalística local.

O estudo foi produzido a partir de dados da ANJ (Associação Nacional de Jornais), a Secom (Secretaria de Comunicação do Governo Federal) e por meio de crowdsourcing, um processo colaborativo para agregar conhecimento. O Atlas pretende produzir um panorama dinâmico da profunda transformação do jornalismo — sobretudo o que produz notícias de interesse público no âmbito regional e local — em meio à chamada revolução digital e a uma persistente crise econômica.

Foram identificados, na primeira etapa do projeto, 5.354 veículos — entre jornais impressos e sites —, em 1.125 cidades de 27 unidades federativas. Um universo que compreende aproximadamente 130 milhões de pessoas, mais de 60% da população brasileira. Todos os estados do nordeste possuem, em média, um veículo mapeado a cada 100 mil habitantes. Os números indicam o predomínio dos meios impressos (63% contra 37% dos digitais).

Este primeiro retrato do jornalismo brasileiro revela que, quando se trata de apurar e publicar notícias, o território brasileiro repete o padrão histórico de grandes desigualdades socioeconômicas. Enquanto as regiões sul, sudeste e o Distrito Federal concentram a enorme maioria dos veículos, sejam impressos ou digitais, as regiões mais pobres, como o norte e nordeste são aquelas com o maior número dos chamados “desertos de notícias”: 4.500 municípios brasileiros (70 milhões de habitantes) não têm registros de jornal impresso ou site jornalístico.

Esta legião de brasileiros — quase 35% da população nacional — não dispõe de notícias sobre sua própria comunidade, onde não se cobre, entre outras coisas, a Prefeitura ou a Câmara Municipal – o que compromete a capacidade decisória dos cidadãos.

O levantamento é fruto de uma parceria entre o Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo e o Volt Data Lab, e se inspira no America’s Growing Deserts of News da revista Columbia Journalism Review.

Entenda a metodologia aqui.

*As informações são do Observatório da Imprensa.

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