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Liberdade de imprensa está em seu nível mais baixo em 12 anos

A liberdade de imprensa diminuiu em todo o mundo em 2015, afetada pela violência contra jornalistas no Oriente Médio, a intimidação no México e as restrições à liberdade de expressão em Hong Kong, advertiu a organização não-governamental Freedom House. O estudo anual do grupo pró-democracia salienta que a liberdade de imprensa no mundo caiu para seu nível mais baixo em 12 anos.

O relatório dispara o alarme sobre o assédio, a intimidação e os ataques contra a imprensa no México. De acordo com uma recente avaliação de outra ONG, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 92 jornalistas foram mortos e 17 estão desaparecidos no México desde 2000.

A Freedom House também expressa preocupação com Hong Kong, onde o desaparecimento em 2015 de cinco pessoas ligadas a uma editora local de livros críticos ao governo chinês “aumentou os temores de que Pequim está descumprindo o seu acordo de ‘um país dois sistemas'”. A investigação realizada em 199 países e territórios conclui que a percentagem da população mundial que vive em áreas onde vigora a liberdade de imprensa diminuiu 13%.

De acordo com a ONG, grande parte do problema é o “crescente partidarismo e a polarização” de opiniões e a intimidação e ataques contra jornalistas. “Estes problemas são mais agudos no Oriente Médio, onde governos e milícias pressionam jornalistas e meios de comunicação para que tomem partido, criando um clima de ‘ou está conosco, ou está contra nós’, demonizando quem se nega a ser manipulado”, destaca o informe.

Por outro lado, a China “é um dos locais mais restritivos do mundo para a prática do jornalismo” e a situação piorou em 2015, com o aumento da censura para bloquear informações sobre determinados temas, como o sistema financeiro e a poluição ambiental. No outro extremo, no topo da lista dos países que mais respeitam a liberdade de imprensa estão Noruega, Bélgica, Finlândia, Holanda e Suécia.

*Informações da AFP (via Zero Hora)

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Jornalista holandesa é detida após criticar presidente turco no Twitter

A jornalista turca Ebru Umar foi detida em sua residência, na costa oeste da Turquia, após publicar um tuíte reprovando o presidente Recep Tayyip Erdogan. Depois da prisão, que aconteceu deste domingo (24/4), a repórter passou a integrar a lista de mais de dois mil processos contra críticos do governo, que inclui artistas e intelectuais. A prisão de Ebru foi anunciada por ela na rede social. “A polícia está na porta. Não é brincadeira”. De acordo com a Deutsche Welle, ela também escreveu recentemente um artigo crítico a Erdogan, que foi publicado no diário holandês Metro.

A Justiça turca também interveio no trabalho do jornalista Bulent Korucu, que deixou seu cargo de editor no jornal Zaman. Ele decidiu integrar a equipe de antigos colegas do veículo para lançar o diário Yarin’a Bakis (Olhar para o amanhã). Em entrevista ao jornal O Globo, Korucu destacou que está cada vez mais difícil ser jornalista na Turquia em meio à frequente ameaça à liberdade de imprensa, refletida no desemprego de profissionais de imprensa, na pressão do governo e na ameaça de detenção.

Em entrevista ao jornal O Globo, Korucu destacou que está cada vez mais difícil ser jornalista na Turquia em meio à frequente ameaça à liberdade de imprensa, refletida no desemprego de profissionais de imprensa, na pressão do governo e na ameaça de detenção. “Nosso lema é: ‘Se você tem palavras a dizer, até as asas de um pássaro alcançam seu destinatário’. Pois as pessoas têm muitas oportunidades de se comunicarem. Por isso não se pode silenciar a imprensa”.

Jornalistas e órgãos sindicais turcos denunciaram ameaças à liberdade de imprensa no país, como a prisão de profissionais e a tomada dos meios de comunicação. No momento, há 33 repórteres detidos e 1.843 processos abertos pelo governo contra a mídia por “insulto” ao presidente. A Associação de Jornalistas da cidade de Izmir pede ajuda internacional para barra o que a entidade classifica como “pressão intensa” das autoridades sobre a imprensa.

Por meio da Embaixada no Brasil, o governo da Turquia alegou que o país é democrático e governado pela lei, sendo assegurada a independência do Judiciário pela Constituição. Afirmou ainda que a proteção dos direitos humanos é uma de suas premissas fundamentais.

*Informações do Portal IMPRENSADeutsche Welle e O Globo

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Associação Brasileira de Imprensa rejeita hostilidades a jornalistas

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) divulgou uma nota que trata do agravamento das hostilidades contra jornalistas e veículos de comunicação “neste momento particularmente delicado da vida do país” e pede paz nas manifestações previstas para os próximos dias. De acordo com a instituição, “a espiral de violência que prosperou ao longo do ano passado estimulou recentemente inaceitáveis episódios de intolerância política com graves ameaças à liberdade de imprensa e à própria democracia”, defende o documento publicado neste sábado (12).

A ABI expressa solidariedade às vítimas do que chamou de “inaceitável processo de intimidação” e diz apoiar a iniciativa da Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Anaer), a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abraer) em advertir as autoridades e alertar a opinião pública sobre as consequências imprevisíveis que novos atos dessa natureza produzirão sobre as garantias fundamentais.

“Esperamos que as manifestações previstas para os próximos dias ocorram de forma pacífica e que todos os profissionais de imprensa designados para a cobertura tenham absoluta liberdade em seu trabalho de levar a informação a toda a sociedade brasileira”, diz o documento, que é assinado pelo presidente da entidade, Domingos Meirelles, e diz ainda que não se pode tolerar que o Brasil repita em 2016 o “deplorável desempenho” do ano passado, quando a organização Repórteres Sem Fronteiras classificou o Brasil como o quinto país mais perigoso do mundo para o exercício da atividade jornalística. “Performance que ofende os valores de uma nação civilizada e cobre de vergonha a todos nós”.

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Entidades cobram medidas para evitar agressões a profissionais da imprensa

Diante do cenário de acirramento e de violência contra a imprensa, intensificado pelo clima de radicalização política, entidades representantes do setor de comunicação cobraram do governo federal que oriente as polícias militares e civis a garantirem a segurança dos trabalhadores da mídia, sobretudo nas próximas manifestações de rua. Uma carta assinada pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), a Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas), a ANJ (Associação Nacional de Jornais) e o escritório da Unesco no Brasil protesta contra os últimos atos de violência contra jornalistas e meios de comunicação. As instituições signatárias se reuniram nesta quinta (10) com o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva.

2016-894953119-201603101737287748.jpg_20160310No encontro, eles entregaram um ofício em que pedem que o ministro coordene junto aos órgãos federais, em especial o Ministério da Justiça, a adoção das medidas necessárias para assegurar o livre exercício da atividade jornalística. Segundo a Abert, apenas neste início de março, foram contabilizados 21 casos de agressões, detenções, ofensas, ataques e vandalismo. Desde o início do ano, os números impressionam ainda mais: em cerca de dois meses, foram 57 casos de atentados à liberdade de imprensa. As agressões a jornalistas e protestos contra empresas de comunicação vêm tornando ainda mais preocupante a realidade enfrentada para o exercício da profissão.

Na última semana, jornalistas da TV Globo e da GloboNews foram agredidos e tiveram equipamentos danificados por militantes políticos. Houve protestos na porta da TV Globo no Rio de Janeiro e em Brasília. Um grupo jogou ovos e tomates na TV Liberal, afiliada da Globo em Belém. E uma equipe da Band, em Cascavel, no Paraná, foi sequestrada por integrantes do MST. O presidente da Abert, Daniel Slaviero, condenou essas ações e defendeu medidas enérgicas do governo.

“Temos pedido para que o governo federal tome todas as providências cabíveis, no âmbito da União, através do Ministério da Justiça, mas também no âmbito dos estados, que têm a função primordial da segurança nesses eventos (manifestações) que ocorreram e que ocorrerão nos próximos dias”, afirmou Salviero. Para o dirigente, há uma inversão de valores. “Um microfone, uma câmera, uma máquina fotográfica e até mesmo um celular está sendo considerado pelos policiais uma arma e esses policiais têm agredido, em grande maioria, os profissionais da imprensa”.

Em resposta, o ministro Edinho Silva ressaltou o compromisso do governo com a liberdade de imprensa e de expressão. “Em posse dessa manifestação, encaminharei às áreas competentes do Governo, farei chegar uma cópia também à presidenta Dilma e ao Ministério da Justiça para que, dentro daquilo que compete ao governo federal, possamos tomar as providências cabíveis”, disse o ministro.

A Federação Nacional dos Jornalistas e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também divulgaram notas nesta quinta-feira (10). A Abraji repudiou os ataques, agressões e ações para impedir o trabalho de jornalistas. Declarou que é inaceitável o uso da violência para tentar intimidar e constranger o trabalho de repórteres que cumprem o dever de informar a sociedade. A Abraji espera também que os responsáveis por tais atos sejam identificados e punidos.

A Federação Nacional dos Jornalistas pediu ao Ministério da Justiça que garanta a integridade e o trabalho dos jornalistas com uma orientação às forças policiais para que evitem agressões. A federação pede à sociedade que reconheça, na atividade jornalística e nos seus profissionais, um elemento fundamental de sustentação da democracia. E ressalta que a liberdade de imprensa é uma prerrogativa da atividade jornalística no cumprimento do seu dever maior, que é o de garantir a liberdade de expressão que pertence ao povo brasileiro.

Balas contra imprensa

No mesmo dia em que entidades brasileiras representantes do setor de comunicação social e o escritório da UNESCO no Brasil levaram ao governo federal preocupações com o número crescente de violência contra profissionais da imprensa, mais um caso trágico acontecia no Paraná.

noticias-e930d810d7Por volta das 21h desta quinta-feira (10), a Polícia Militar registrou o homicídio do radialista João Valdecir de Borba (conhecido como Valdão), de 52 anos, morto a tiros dentro da emissora onde trabalhava, em São Jorge D’Oeste, sudoeste do Paraná. Segundo informações repassadas pela Polícia Militar, uma testemunha relatou que dois homens armados entraram na Difusora AM, localizada no centro do município, e efetuaram os disparos, acertando o abdômen da vítima. Os criminosos fugiram em um Fiat Strada de cor prata. A Delegacia da Polícia Civil do município de São João (a 30km de São Jorge D’Oeste) realizou levantamento de informações no local do crime e está ouvindo testemunhas para apuração de motivações e suspeitos do caso.

Uma análise observada pela Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp) no último mês – a partir de dados do Relatório ABERT sobre Liberdade de Imprensa/2015 – já alertava para o perfil das vítimas fatais na imprensa brasileira. Ano passado, metade dos homicídios envolvendo profissionais de veículos de comunicação foram contra radialistas.

De acordo com informações do Relatório, em 2015 foram 116 casos de ameaças, intimidações, vandalismos, agressões físicas e homicídios praticados contra os profissionais da imprensa, que colocam o país no ranking de quinto local do mundo mais arriscado para o exercício da profissão.

O crime registrado nesta quinta-feira possui perfil semelhante a outro caso chocante ocorrido em agosto de 2015. O radialista Gleydson Carvalho estava no ar, apresentando seu programa na rádio onde trabalhava, em Camocim (CE), quando foi morto a tiros por dois homens que invadiram o local. O profissional era conhecido por denunciar irregularidades cometidas por políticos da região.

Leia a Nota Pública divulgada pela Abert, Abratel, Aner, ANJ e pelo escritório da UNESCO no Brasil. Tendo em suas atribuições a defesa da liberdade de expressão e do acesso à informação, a ABI apoia a iniciativa. 

Nota Pública - violência contra jornalistas

*Com informações da Aerp, Jornal EXTRA e Jornal Nacional.

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